sexta-feira, 18 de novembro de 2011

4 BioNat Expo


Pra não dizer que não falei de flores


Em meio a bancas de madeiras repletas de livros uma em especial chama atenção. Flores coloridas embelezam o “telhado” do estande da Editora e Livraria Via Sapiens. A proposta é mostrar aos visitantes da 57ª Feira do Livro de Porto Alegre a especialidade da loja: ecologia e sustentabilidade. “Trabalhamos há dez anos nessa mesma linha”, explica Leia Schneider, uma das proprietárias do estabelecimento.

A sustentabilidade é um tema que desperta interesse. Hoje em dia, empresas e escolas estão comprometidas em ajudar o Planeta. Até mesmo dentro das suas casas as pessoas procuram adotar medidas que não prejudiquem o futuro ambiental da sociedade. A Editora e Livraria Sapiens, por exemplo, adota uma medida relativamente fácil para preservar a natureza. “Na loja, nós só trabalhamos com embalagens de papel”, explica Leia.

Para manter o visual da banca sempre bonito, Leia investe nas flores. “De noite a gente sobe num banco e rega todas as plantas”. Mas a proprietária ressalta: “Esse telhado é demonstrativo, pois como temos a lona para proteger, nós conseguimos cuidar das plantas dessa forma. Caso contrário, precisaríamos utilizar outras técnicas de manutenção”.
Telhado florido chamou a atenção do público
Telhado florido chamou a atenção do público/Foto: Caroline Pinheiro

Dentre os vários livros, a proprietária possui um carinho especial pela tradução de uma publicação sobre Permacultura, o primeiro lançamento da Via Sapiens. A editora é um novo empreendimento para popularizar conceitos ecológicos ainda desconhecidos. 

“Permacultura é a ideia de cultura permanente. Organizar uma pequena área de forma que ela seja sustentável”. A intenção do livro – que possui destaque em centros de estudos como, aqui no RS, em Bagé com o Instituto do Pampa e em outros estados como Bahia e Goiás – é que cada pedaço de terra seja planejado de forma que a natureza trabalhe e se sustente sozinha com o mínimo de intervenção humana. 

A proprietária, inclusive, deixa uma dica que combina muito com o espírito da feira: “Deixa a natureza trabalhar pra ti. A árvore tem que servir para tu ires embaixo dela para ler um livro”, afirma.

Feira do Livro também é lugar de ecologia


Cada dia da 57ª Feira do Livro foi temático. Teve data para celebrar a cultura negra, o Dia Mundial da Gentileza, e nessa segunda-feira, dia 14 de Novembro, o assunto central foi ecologia. Além dos livros sobre o tópico que são vendidos nas bancas, a programação da Feira ofereceu outras atrações que possibilitassem o debate do assunto. Como, por exemplo, a exibição do filme Lutzenberger: For Ever Gaia, dirigido por Otto Guerra e Frank Coe, na Tenda Pasárgada.

Precursor dos movimentos ecológicos no Brasil, José Antônio Lutzenberger é símbolo mundial de um cientista que lutou pela preservação da fauna e da flora. Consenso que se comprova em um de seus depoimentos no filme, “precisamos voltar a ter uma ética holística, que pense na gente como parte de um todo onde tudo está ligado com tudo”. Gaia, que inclusive faz parte do nome do filme, se traduz como uma forma poética de chamar a deusa da terra.

Exibição do filme na Tenda Pasárgada


A programação da Feira foi pensada para promover conteúdo de qualidade. Os temas que guiavam as datas foram pautados devido à importância no contexto atual ou pela proximidade com a data do evento. “A gente procurou ver os temas que estavam com maior destaque. Seja por maior numero de publicações, ou porque a data é próxima dos dias da feira, como foi o caso do Dia Mundial da Gentileza ocorrido no domingo, 13 de Novembro”, destaca Jussara Rodrigues, coordenadora de programação da 57ª Feira do Livro.

Seja através da busca de livros, da procura pelas atividades artísticas, pela exibição de filmes e documentários, ou até pelas mesas de debates, a feira pretende ser o encontro para a população pensar muitas destas questões. “É a nossa maneira de abrir espaço para a discussão sobre esses assuntos”, explica Jussara.

sábado, 22 de outubro de 2011

Uma forma de economia energética

O horário de verão dá muito pano pra manga em conversas entre amigos. Uns dizem que adoram, por acordarem mais cedo e aproveitarem mais o dia. Já, outros, resmungam na desculpa de precisar madrugar. Ainda assim, o que normalmente passa batido nessas conversas é o motivo desta medida.

Idealizado por Benjamin Frankiln, ela tem por principal objetivo aproveitar a energia solar. Ou seja, adiantamos uma hora no relógio no período em que ele nasce mais cedo para não necessitarmos de luz elétrica. Por isso, o essa mudança de horário acontece no verão, período mais intenso do sol aqui no Brasil.



Nesse ano, nosso horário de verão vai de 16 de outubro da 26 de fevereiro de 2012. São 133 dias de economia de energia elétrica nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do país. A mudança não ocorre nas outras regiões do país porque elas recebem a mesma quantidade de sol praticamente o ano todo. O que faz com que a energia economizada seja quase nula.

Pela 41ª vez os brasileiros adiantaram seus relógios. Pela 41ª vez, ajudaram a preservar o meio ambiente.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os hinos antes das partidas de futebol

Confira a matéria que produzi para o Portal de Jornalismo. Ela conta com opiniões da imprensa esportiva, como a de Pedro Ernesto Denardin, Batista e Nando Gross. Além disso, torcedores da dupla Grenal que frequentam os estádios foram entrevistados.
Reportagem em texto e complementada com vídeo.
Segue o link: http://migre.me/5XvbG

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Lugar de colorado é no Beira-Rio", dizia Marcelo Kripka em dias de jogo

Acompanhe depoimentos de pessoas que conviveram com o ex-presidente da FICO.


O primeiro jogo sem Marcelo Kripka

Uma ida ao Beira-Rio um tanto quanto atípica. Chegar na frente da loja do Inter, no pé da rampa três, e deparar-se com o ponto de encontro da FICO sem seu principal membro. O Escort estava lá. Marcelo Kripka, pela primeira vez, não.

Escort de Kripka. Foto: Renata de Medeiros.

Os torcedores ali presentes, para conservar a memória do ex-presidente, enlutavam-se com faixas pretas amarradas à manga das camisetas coloradas. Todos em volta do carro que os reunia até o último jogo, como se, ficar ali perto do automóvel de Kripka fosse uma forma de amenizar a saudade que imperava há uma semana.

Em homenagem, uma bandeira que tremularia em poucos instantes dentro do gramado do Gigante. Um troféu que eternizaria o craque da primeira batalha sem Marcelo. Balões brancos em contraste com o preto do luto.

Entramos em campo. A bandeira que estampava o rosto do homenageado dava a volta no estádio sob aplausos. O Troféu Super FICO Marcelo Kripka Rádio Gaúcha foi entregue ao repórter Gabardo para que o craque do jogo fosse premiado posteriormente.

Eduardo Gabardo com o troféu em homenagem a Kripka. Foto: Renata de Medeiros.

Antes do jogo, um minuto de silêncio. Gritos de "Guerreiro, Marcelo" bradavam da superior onde estava a FICO. E um sentimento: saudade.

Acompanhe as homenagens feitas domingo passado no Beira-Rio:

Imagens e edição: Renata de Medeiros.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mudança de planos

Em meu primeiro contato com Dona Santa, mulher de Romeu Armelindo Felipetto e mãe de José Antônio, imaginei que teria uma história marcada pela paixão pelo futebol para contar. Depois de ir mais além, descobri que não era bem o que eu esperava. Crises depressivas, traições, decepções, enfim, uma série de elementos que caracterizaram vidas nem tão felizes como eu pensava.

Um desafio e tanto para mim, que sempre gostei de contar as peculiaridades de história felizes. Decidi encarar, mesmo depois de encontrar esses detalhes adversos no meio do caminho. Porém, depois de algumas semanas, ficaram difíceis os telefonemas para Dona Santa, que me apresentaria amigos de seu marido e de seu filho. Minhas ligações resumiam-se em "liga depois, ela não está" ou "liga depois, não consegui falar com nenhum amigo deles ainda". Isso, de certa forma, me desanimou.

Segunda-feira passada, quando pus o pé pra fora do prédio C, me deparei com as movimentações para o enterro de Marcelo Kripka. No dia anterior, no Beira-Rio, já havia ficado sabendo de sua morte minutos antes do jogo, mas era muita coincidência o seu sepultamento ser no cemitério que fica exatamente à frente da faculdade. Ver aquela cena já me balançou. Contar sua trajetória, na verdade, despertou-me um interesse enorme.

Pensei na hipótese durante a semana toda, até que, sexta-feira, propus a mudança de personagem à professora. Tive total apoio. No mesmo dia, procurei contatar conhecidos de Marcelo. O primeiro retorno veio de Mauro Arruda, que vai ser minha principal referência para a coleta de informações.

Domingo, já estava no Beira-Rio para acompanhar as homenagens feitas para o querido ex-presidente da torcida F.I.CO, Marcelo Kripka.

Mudei. Não pelo medo de errar. Mas pelo desejo que uma quase jornalista tem de se envolver com as histórias que conta.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

500 photographers

Fotógrafos do século 21 não são difíceis de encontrar.  No entanto, achar qualidade em meio a tantas opções é uma atividade complicada.

O projeto online “500 photographers”  foi criado com o objetivo de facilitar essa pesquisa. Durante cem semanas serão divulgados, semanalmente, o trabalho de cinco fotógrafos de todas as partes do mundo e de diferentes áreas desta profissão. 

O idealizador do projeto foi Pieter Wisse, fotógrafo, dono da livraria e galeria de arte “Four Eyes Photography & Art.  Ele planeja que após a conclusão o site servirá como referência, com um arquivo de fotógrafos de qualidade e de variados estilos, linguagens e gêneros do século 21.

A seleção dos artistas é feita por indicação dos leitores. Para colaborar com o projeto você pode sugerir alguém aqui.

Photographer #375: Gerco de Ruijter

Photographer #385: Chris McCaw

 Photographer #391: Munem Wasif


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Antes tarde do que nunca

A tabela do segundo turno do campeonato brasileiro aponta o Internacional como terceiro colocado com 16 pontos e o Grêmio em quarto com 15. Duas classificações inesperadas para quem terminou o primeiro turno vagando pelo lado de baixo da tabela. Hoje, o Internacional soma 43 pontos, ocupando a sétima colocação e o Grêmio está em décimo com 39. Isso apenas comprova que se a dupla Gre-Nal tivesse iniciado o campeonato mais preparada e convicta de seus planos, as aspirações poderiam ser muito maiores, tanto do lado vermelho quanto do azul. Depois de muitos tropeços durante o ano e algumas mudanças mais drásticas como a troca de seus vice-presidentes de futebol, Grêmio e Internacional parecem ter reencontrado um padrão de jogo nas mãos de seus novos técnicos, Celso Roth e Dorival Junior, respectivamente. Apesar de serem estatísticas, esses fatos são suficiente para comprovar que se os gaúchos não tivessem perdido tempo demais com crises políticas desnecessárias e investimento em treinadores despreparados para a função, o campeonato de hoje não estaria resumido a esse modesto torneio Rio-São Paulo.
Agora que estão organizados, com um ambiente sereno e os jogadores verdadeiramente focados, Grêmio e Internacional mostram que não são piores que a maioria de seus adversários. Faltou total planejamento na arrancada.


Paulo Odone, quando assumiu a presidência do Grêmio, teve que engolir Renato Portaluppi como técnico, pelo milagre que o eterno ídolo gremista havia realizado no campeonato brasileiro do ano passado, mas o presidente nunca simpatizou com este profissional. Logo, o clima no clube ficou turbulento e Odone aproveitou a primeira brecha para mandar o treinador embora, fato que atraiu contra sua pessoa a fúria da torcida. A saída de Renato desencadeou uma crise técnica na equipe, que encaminhou o clube a triste convivência da zona da degola. Nesse período, o Grêmio apostou no inexperiente Julinho Camargo que claramente não estava pronto para a árdua tarefa que lhe esperava. O grupo de jogadores passou a carregar o fardo de time desqualificado e limitado. O time só começou a ensaiar uma recuperação no final do primeiro turno, quando das chegadas de Paulo Pelaipe e Celso Roth. O treinador manteve a tradição de técnico de boas arrancadas e logo arrumou a casa, começando por uma boa organização defensiva. Mesmo que ainda lhe faltem recursos na peça ofensiva, o Grêmio volta a atuar com aquele espírito aguerrido que lhe é característico. Com certeza, essa turbulência toda roubou pontos preciosos, comprometendo a temporada tricolor.
A crise colorada é muito mais complexa, já que não teve origem nessa temporada. A eleição de Giovanni Luiggi para presidente do clube gerou um grande racha no grupo político que administra o clube desde 2002. A relação do Presidente com o vice de futebol, Roberto Siegmann, foi desarmônica desde o início da gestão. A queda de Celso Roth e a contratação de Falcão para o cargo acirraram ainda mais os ânimos entre os dirigentes. Com o despreparo tático do Rei de Roma, somado a uma falta de poder de mobilização deste sobre os atletas, o Internacional fez fiasco na Taça Libertadores da América e patinava pela zona intermediária do campeonato. Depois de sofrer uma trágica goleada de 3 a 0 para o São Paulo, em pleno Beira-Rio, o departamento de futebol e a comissão técnica foram derrubados pelo primeiro mandatário do clube. Trocas de acusações agitaram as bandas do Beira-Rio, enquanto isso, o clube permaneceu um longo período sem treinador, sem esquema tático e sem comando. Dorival Junior assumiu o comando da equipe na vitória por 1 a 0 contra o Botafogo, há somente três rodadas do fim do primeiro turno. A partir daí, o Internacional não parou mais de crescer, tanto em futebol quanto em resultados. Com a chegada do novo técnico, jogadores mais experientes como D`Alessandro, Guinazu, Índio e Tinga voltaram a jogar o que sabem e somaram qualidade ao fenômeno Leandro Damião. O Internacional vive a sua melhor fase na temporada e a tendência, pelo desempenho dos últimos 10 jogos( 4 vitórias, 4 empates e 2 derrotas) parece ser mesmo uma guinada rumo à Libertadores. Claro que a equipe ainda oscila, especialmente nos jogos longe de Porto Alegre, mas é notável uma evolução a cada partida, aspecto característico de uma equipe em formação, ou seja, o Internacional dá sinais que ainda deve render mais.
As situações de Grêmio e Internacional são diferentes, mas ambos atravessaram uma temporada de percalsos bem parecidos, guardadas as proporções, é claro. Desta forma, basta esperar que os dirigentes não criem mais problemas fúteis e que os clubes mantenham o foco para, quem sabe assim, possamos derramar um pouco de chimarrão no chopp de paulistas e cariocas.

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