sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Apaixonados por futebol

Paixão. Talvez seja essa a palavra que defina melhor Romeu Armelindo Felipetto e José Antonio Felipetto.

O túmulo onde estão sepultados, no Cemitério Santa Casa da Misericórdia, despertou-me curiosidade. Nele, há dois distintivos: um do Internacional e outro do Grêmio. A paixão Gre-Nal eternizada ali, indiferente à vida. Mas viva até a morte.

No começo, achei que eram irmãos. Então fui procurar referências na internet para apurar mais informações. Encontrei o telefone da casa de seu Romeu. Liguei para lá sexta, 23 de setembro, e um homem chamado Roney me atendeu. Ressabiado depois de escutar minhas explicações detalhadas sobre o projeto, pediu-me que ligasse outro dia para falar com sua mãe.

Consegui contato apenas na semana seguinte. Dona Santa foi quem atendeu. Após esclaracer o trabalho e me identificar, contei o motivo de escolher o túmulo dos Filipetto. Ela, muito animada, declarou:

- Ah, ele era muito colorado! - disse ela, referindo-se ao filho.

Dona Santa era esposa de seu Romeu, e José Armelindo, um dos filhos deles e irmão de Roney - o que me atendeu na semana anterior. A senhora me explicou que Zé era mesmo apaixonado pelo Inter. Segundo ela, quando lavava seu uniforme colorado, ele botava a cadeira na rua para cuidar da roupa no varal, pois tinha medo que roubassem seu manto sagrado. Além disso, falou-me que participa do Clube de Mães e foi bailarina.

Sobre o marido, não deu grandes detalhes por telefone. Mas fiquei super empolgada com a receptividade de Dona Santa e acredito que, quando falar pessoalmente com ela semana que vem, vou ter mais informações. Espero ter muitas histórias para contar desses pai e filho movidos pela paixão Gre-Nal.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

British Wildlife Photography e seus vencedores


Fotógrafos  conseguem captar situações inusitadas. Através de uma sensibilidade incrível, esses trazem à tona um mundo que está lá, no entanto que passou despercebido pela visão humana ou que não esta ao alcance dessa.

Reconhecer o talento de fotógrafos tanto amadores quanto profissionais é uma forma de dar valor a um artista. O concurso British Wildlife Photography faz isso desde 2009 ao premiar aqueles com as melhores capturas da grande riqueza e diversidade da história natural britânica. 

O concurso de fotos já divulgou seus vencedores do ano. O prêmio foi dividido em dez categorias, além de um vencedor geral e dois premiados com idades abaixo de 11 anos de idade e entre 12 e 18 anos.

As imagens premiadas vão ser expostas ao longo de um ano em diversos lugares da Inglaterra, Escócia e País de Gales . Também, farão parte de uma coleção ilustrando as melhores imagens do concurso desta edição. 

A fotografia abaixo foi vencedora do prêmio geral. Uma água-viva no mar de uma ilha na costa escocesa, o artista foi o fotógrafo Richard Shucksmith. 
Se você quiser ver as demais fotos, entre aqui.


Jornalismo investigativo, literatura e cinema

Best-sellers costumam tomar o caminho dos cinemas. Embora sejam lidos por muitas pessoas, o sucesso e o burburinho gerado fazem os olhos dos executivos de estúdios brilharem. Nem sempre o resultado é satisfatório, mas algumas vezes as obras conseguem cumprir seu propósito - entreter - indo além.

A trilogia Millenium, do jornalista sueco Stieg Larsson cumpre esse papel. Os três livros que acompanham a cooperação entre o editor de uma revista investigativa e uma hacker venderam milhões de cópias e foram levados ao cinema em seu país de origem. A versão americana, dirigida por David Fincher, de A Rede Social e Clube da Luta, está prestes a chegar aos cinemas.

O primeiro livro/filme, "Os homens que não amavam as mulheres", traz Mikael Blomqvist, um jornalista responsável pela "Millenium", revista claramente de esquerda, que atua denunciando esquemas de corrupção. A história tem um cunho autobiográfico, pois Larsson foi editor da "Expo", uma revista cujo alvo era a ultra direita europeia.

Blomqvist precisa largar o trabalho, por ter sido acusado de caluniar um executivo corrupto. Tendo em vista sua reconhecida habilidade investigativa, um empresário chamado Henrik Vanger o contrata para descobrir o que aconteceu com uma sobrinha desaparecida há 40 anos. Vanger acredita que ela foi assassinada por um dos membros da família, porém não há pistas aparentes que levem a essa conclusão.

Ao lado da hacker Lisbeth Salander, a garota da tatuagem de dragão do título americano, Blomqvist começa a investigar o caso que o leva a descobrir uma série de acontecimentos relacionados a violência contra mulheres. Em paralelo, a história conturbada de Lisbeth se desenvolve em meio a críticas a elementos de extrema direita presentes na Europa contemporânea.

Larsson, autor da série, morreu subitamente, aos 50 anos, em 2004. Há bastante discussão acerca de sua morte, inclusive a possibilidade de ter sido assassinado, em função dos temas polêmicas que tratava em sua revista.

Abaixo, os trailers da versão original sueca e da americana do primeiro filme da série. Quem tiver vontade de saber um pouco mais, pode ler o livro também.


Versão sueca



Versão americana


A Moda que pegou




Com certeza você já deve ter visto muita gente por ai com o acessório que pegou no inverno, e promete continuar na primavera: as meias 7/8. Mas ao contrário do que pode parecer, essa moda não é de agora.

A origem das meias 7/8 vem da meia-calça, que antigamente era um acessório típico dos homens. A meia-calça surgiu na Mesopotâmia, há dois mil anos, e o material utilizado
para sua confecção era a lã, e tinha uma costura na parte de trás, que servia de proteção para os soldados que praticavam montaria no inverno. Ela passou a ser usada pelos nobres que competiam entre si pela riqueza dos materiais utilizados na meia, bordadas com muita sofisticação. Quando os recursos industriais da época permitiram a fabricação de um tecido mais fino, a meia-calça foi, assim, assumida como um acessório feminino.

O modelo mais usado era a 7/8, presa por fitas ou rendas às coxas, e todas tinham um acabamento atrás que fazia o desenho de um risco. Uma curiosidade interessante é que como as meias eram um produto muito caro, as mulheres no período da guerra, para não deixarem as pernas aparecerem tão nuas, pintavam um risco na parte de trás das pernas para simular o uso das meias.


Em tempo mais atuais o acessório incorporou um apelo sexy, fetichista, e, até então, pouco usado nas ruas. Como nas últimas temporadas elas passaram a ser um acessório comum nas passarelas, a tendência é as meias 7/8 perderem essa característica, pois cada vez mais ela é vista incorporada pelas mulheres no seu look do dia-a-dia.

Aí vão umas dicas para quem ainda tem dúvida de como usá-las:




Como elas são meias longas, é sempre bom usar mostrando um pedaço da perna para alongar a silhueta. Com saias, elas dão um toque meio college-sexy para o look, como no usado pela Blake Lively (acima, à esquerda). Com vestidinhos soltos, elas dão um toque romântico que fica lindo.




Se for usa-lás com shorts, opte pelos mais curtinhos. Mas cuidado com os muitos justos, para não ficar vulgar. Se o shorts for muito curto, o ideal é que a blusa seja mais longa.

Tendências por Thais Drummond

Eu, Thais Drummond, nesta seção, deixarei você por dentro de tudo o que é tendência atualmente no mundo, bem como moda, tecnologia, literatura. Você é bem-vindo para mandar dicas de assuntos que gostaria de ver nos meus posts, e pode ficar à vontade para comentar abaixo das matérias.

Se quiser falar comigo, pode mandar e-mail para: thaisd.costa@hotmail.com ou mandar uma mention para @thais_drummond.

Muito mais que um rostinho bonito.


Sabe de quem é esse rosto?


É daquele mascarado do Slipknot, que para muitos mais berra do que canta e faz shows que mais parecem uma apresentação de terror. Corey Todd Taylor é um músico que inovou a cena do metal no mundo, abriu portas pra esse estilo que estava em decadência profunda.


Muitos não sabem, mas as canções do Slipknot são cheias de sentimento e melodia. Corey usa da música pra expressar seus sentimentos. Ele passa em suas letras uma manada de sensações de uma forma diferente e que por muitos são mal interpretadas devido a aparência da banda.

"Nós não estamos nos escondendo atrás dessas máscaras, estamos nos revelando mais do que vocês podem imaginar. A máscara que eu uso põe pra fora toda a merda que há dentro de mim. Mesmo se não usássemos máscaras, nossa música ainda seria de boa qualidade."



Ano passado a banda sofreu uma grande perda. Paul Gray, baixista e fundador do Slipknot, foi encontrado em seu apartamento morto por overdose. Esse caso mostrou que o lunático, doente e horripilante Corey Taylor é um cara normal.

"A única maneira com que eu posso resumir Paul Gray é amor. Tudo o que ele fez, fez pelas pessoas em volta dele e foi isso o que ele nos deixou: um amor absoluto".

Foram as palavras dele ao se pronunciar sobre a morte.


Abaixo um vídeo dele fazendo uma tatuagem em homenagem ao amigo.



Bridge

Muitos cineastas iniciam suas carreiras fazendo curtas. Alguns documentários, outros pequenos filmes de animação. A técnica, cada vez mais difundida, tendo em vista as facilidades tecnológicas, proporciona filmes simples, porém divertidos e com belas mensagens a serem passadas.

Criado por Ting Chian Tey como trabalho para a Academy of Art University, de São Francisco, em 2010, o curta Bridge apresenta a história de animais querendo cruzar uma ponte ao mesmo tempo. A cooperação é o caminho.

Bridge from Ting on Vimeo.

Making-of do curta:


Bridge - Making of from Ting on Vimeo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O inesperado líder

O Campeonato Brasileiro de 2011 apresenta inusitadas surpresas. A primeira delas é o equilíbrio histórico que a competição traz na briga pelas primeiras colocações. Nunca antes na história do torneio, a distância em pontos do líder para o quarto colocado foi tão pequena. São 26 rodadas e temos pelo menos 4 equipes disputando o título e mais 8 na briga por uma vaga na Taça Libertadores da América.
A razão para esse acirramento pode ser a falta de uma grande potência superior. Tudo está muito equilibrado, os times estão muito parecidos. Não temos mais o São Paulo de alguns anos atrás. O Santos, atual campeão da Libertadores, que teoricamente teria o melhor elenco de jogadores do Brasil, demorou para entrar no campeonato e agora paga o preço. Isso abriu espaço para times emergentes que tiveram que atravessar ou ainda atravessam uma longa fase de reestruturação.
É ai que nos deparamos com a grande surpresa do brasileirão e de toda a temporada de 2011, que é o Clube de Regatas Vasco da Gama. O clube carioca enfrentou uma década sombria, permanecendo anos sob a gestão ditatorial e catastrófica do ex-presidente Eurico Miranda, que quando deixou o cargo de presidente do clube em 2008, a situação financeira do Vasco era caótica e quase irremediável. Eurico recebeu várias acusações de desvios de verbas, além de ter requisitado antecipação de receitas da televisão para as temporadas de 2009 e 2010. Isso é apenas um resumo da verdadeira bomba que Roberto Dinamite, maior ídolo da história do Vasco, se dispôs a assumir em meados de 2008, quando foi eleito presidente do clube. Não teve como evitar a queda para série B, em consequência do elenco precário que herdou. A partir de 2009, o clube começava um processo penoso de reformulação, e Dinamite tinha a ingrata tarefa de formar um time sem dinheiro.
Aos pouco, o Vasco foi recuperando a credibilidade e começou a honrar seus compromissos e manter a folha salarial de jogadores em dia. Além disso, com Roberto Dinamite, o clube passou a recuperar a simpatia alheia e destruir a imagem arrogante que Eurinco Miranda conseguiu arrastar para o clube na última década. É um processo semelhante a de um país que vive anos num regime ditatorial. O processo de readaptação a democracia requer um pouco de tempo. Esse novo Vasco já começa a adquirir resultados dentro de campo chegando a semifinais da Copa do Brasil em 2009 e 2010. Mas a grande recompensa do trabalho de Dinamite e do diretor executivo Rodrigo Caetano chegou no ano de 2011.
Depois de um início turbulento no campeonato carioca, o time ganha forma com a chegada de Ricardo Gomes e a reafirmação de jogadores rodados como Diego Souza e Juninho Pernambucano. Com isso, o clube conquista a Copa de Brasil e retorna a Libertadores depois de 10 anos e é o líder do Brasileiro, faltando 12 rodadas para seu final. É um fenômeno impressionante diante do contexto descrito acima. Um clube que a dois anos estava a beira do abismo pode igualar a marca do Cruzeiro, que é o único time a conquistar Brasileirão e Copa do Brasil no mesmo ano. E o Vasco ainda pode levar a Sul-Americana. Seria um prêmio e tanto para esse novo modelo de profissionalismo adotado pela equipe carioca. Mesmo que não tenha a melhor equipe do Brasil nominalmente, um bom trabalho e organização institucional também podem levar ao sucesso dentro de campo. Ainda tem muita bola para rolar nesse brasileiro, mas de toda maneira, o Vasco já superou as expectativas e qualquer posição que estiver no final da competição já é lucro para uma equipe que está acostumada a apenas brigar para não ser rebaixada.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um mundo subaquático

Elena Kalis criou seu mundo subaquático. Formada em artes plásticas, a russa passou a flertar com a fotografia no momento certo, quando foi morar em Bahamas.
Seu trabalho, "Underwater", consegue retratar situações inusitadas com um ar mágico, proporcionando aos olhos de quem vê uma sensação incrível. Suas fotos tem referência de obras famosas, como Alice no País das Maravilhas.
A fotógrafa admite que sua inspiração vem do oceano, dos diferentes tons de azul do mar caribenho.















Um homem de caráter íntegro


José Gerbase
Minha primeira fonte afetiva foi o quinto de seis filhos de José Gerbase: Carlos Gerbase. Através de uma pesquisa na internet, consegui contato com ele e  marquei uma conversa. A colaboração desse, que orgulha-se muito do pai, foi importante para o andamento do projeto. Saí da conversa com um DVD, um caderno de memórias escrito por Léa Gerbase ─ esposa do dermatologista ─ e principalmente, com uma sensação de que estava resgatando a história de alguém incrível. 

Através de suas ações, José Gerbase, demonstrava a preocupação com o próximo. Seus atos eram impregnados de dedicação em busca do melhor para as pessoas, fossem essa integrante da família, parte de seu círculo de amizades ou pacientes.  

Natural de Maceió, o Alagoano ousou ao mudar para o Rio de Janeiro, onde terminou a faculdade de Medicina. Mais tarde, aventurou-se a ir morar no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Na capital conheceu Léa,  sua futura esposa e mãe de seus seis filhos, aquela que passaria ao seu lado o resto de sua vida. 

José Gerbase, Léa Gerbase e seus filhos
Gremista fanático, José Gerbase chegou a ser Presidente do Grêmio. Apesar de não ter nascido tricolor, passou a ser torcedor do time quando veio para capital. O grêmio lhe proporcionou coisas boas, ele levou coisas boas ao grêmio. Uma troca. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os trabalhos de Salomão

Quando comecei a pesquisar sobre a vida de Salomão Scliar encontrava apenas referências ao seu trabalho como fotógrafo e a um único filme que tinha feito, há 60 anos. Era a matéria sobre um cineasta de um filme só. Inusitado. A pesquisa, todavia, permitiu que eu descobrisse que seu trabalho foi muito além.
Realmente, Salomão dirigiu apenas um longa-metragem de ficção, seu Vento Norte. Contudo, trabalhou na equipe de cinematografia de outras películas como Inconfidência Mineira, Inocência e Caminhos do Sul, além de realizar alguns curtas documentais.
Algo mais começou a chamar minha atenção. A história de sua família, os Scliar. Primo do escritor Moacyr e irmão do pintor Carlos, Salomão tinha a arte em suas veias. Acabei descobrindo que discutia-se política e literatura em sua casa. Todo esse interesse resultou em alguém preocupado em pesquisar e documentar. Salomão, além de fotógrafo e cineasta, editou álbuns e livros, com gravuras, fotografias e a história do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Minha visita ao Museu de Comunicação Hipólito da Costa comprovou isso. Eles ainda estão organizando seu acervo, mas já pude ter contato com álbuns editados por ele, como Rio Grande do Sul histórico e Porto Alegre antigo. A pesquisa segue, em breve conto mais sobre o que descobri desse viajante das imagens.



Escassez de Recursos

A cada partida que passa, a seleção brasileira convence menos seus torcedores e nos deixa mais preocupados, de maneira que faltam menos de 1000 dias para a Copa do Mundo e não vemos nem sinais da formação de um time. A própria comissão técnica ajuda a repassar essa percepção. Mano Menezes cada vez mostra mais que não está convicto quanto à equipe ideal, tanto tática quanto nominalmente. São apenas experiências, experiências e experiências..., sem nenhuma afirmação. Alguns jogadores que já estavam descartados pela alta idade que teriam na copa, começam a ser reintegrados, como é o caso de Ronaldinho Gaúcho. A renovação prometida pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e pelo próprio Mano, definitivamente, não aconteceu.
O que se vê é um processo de incerteza quanto ao rumo que deve ser seguido. O Brasil não precisará disputar as eliminatórias e terá poucos jogos oficiais pela frente. Ao mesmo tempo que isso é um prêmio pelo Brasil ser o país sede da copa, acaba prejudicando o nosso futebol, já que o entrosamento e espírito de grupo são fundamentais na formação de uma equipe. Nesse aspecto, temos muito a aplaudir o trabalho do ex-técnico Dunga. Ele montou uma equipe já no início de sua passagem e foi apenas fazendo alguns ajustes ao longo do tempo. Isso estabeleceu um padrão de jogo. Por mais que as ideias táticas e algumas escolhas do ex-treinador fossem contestadas por boa parte da torcida e da imprensa, somos obrigados a concordar que nesse período a seleção possuía um time entrosado e os jogadores estavam focados e fechados com o treinador em torno de um mesmo objetivo. Nem tropeços como empates em casa com Colômbia e Bolívia afetavam a união do grupo. Não vemos isso hoje e nem vamos ver enquanto o treinador não deixar explícito com quais jogadores pretende contar na construção de sua base para a copa.
Claro que o Mano não é o único culpado nessa ocasião. Os jogadores convocados não rendem o esperado. Chegamos ao ponto em que não temos tanta qualidade como imaginávamos. A opinião pública faz esforços para não acreditar nisso, mas os fatos falam por eles só. O treinador convoca os melhores que temos no momento e o Brasil não apresenta nada de fora do comum. Jogamos com Ronaldinho, Neymar e Damião contra a enfraquecida seleção da Argentina e não saímos de um morno empate. Podemos dizer que esses três jogadores citados é o que temos de melhor hoje no setor ofensivo e mesmo assim não passamos por uma Argentina que não contou com nenhum de seus craques. Na seleção atual, temos alguns jogadores que jogam no país, ao contrário da Argentina, onde todas as estrelas jogam no estrangeiro. Isso sinaliza uma decadência do nosso futebol, pois quando nossos atletas estão em alta, invariavelmente, acabam se transferindo para o exterior e a grande espinha dorsal da seleção concentra-se nos clubes europeus.
Hoje é ao contrário. Neymar e Ronaldinho que são as grandes estrela dessa seleção, jogam no Brasil. Neymar despontou com um futebol de encher os olhos no Santos, que submeteu-o a comparações com os maiores craques do passado. Porém, na seleção, ele não consegue atingir uma regularidade. Até fez bom jogos no início, mas a cada partida tem jogado menos. Em alguns momentos, ele me lembra o Robinho, muita técnica e exuberância, mas pouca objetividade. Ronaldinho Gaúcho tem um passado brilhante, quando foi duas vezes o melhor jogador do mundo. Depois disso, entrou em uma fase de decadência incrivel. Tenta ensaiar uma recuperação no Flamengo, mas nunca será o mesmo de antes. Sua idade avançada e vida boêmia agitada pesam contra si para uma afirmação na equipe que disputará o mundial no país. Falamos agora sobre as duas melhores cartas que poderiam desequilibrar a nosso favor e vemos que nenhuma delas é incontestável. Não chega nem à sombra de uma seleção que já teve Ronaldo, Rivaldo, Romário e o próprio Ronaldinho Gaúcho, quando este ainda levava a profissão a sério. São tempos de vacas magras e é preciso se acostumar com isso. Foi se o tempo em que tinhamos recursos para fazer duas ou três seleções e continuávamos sendo os melhores. Hoje, podemos organizar no máximo uma equipe que poderá, com muito esforço, se igualar a grandes potências do futebol mundial como Espanha, Holanda, Argentina e Alemanha, mas não teremos mais aquela supremacia de outros tempos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A primeira vez

Quantas vezes você já se viu hoje? Talvez essa pergunta pareça um pouco estranha, contudo são raros os que sabem a verdadeira resposta. A era digital nos proporcionou uma série de benefícios, entre eles, a possibilidade de reproduzir imagens de forma simples e, consequentemente de ter um conhecimento preciso de nossa aparência.

No entanto, não são todos que têm oportunidade de poder se ver a qualquer momento ou sequer uma vez. Esse, é o caso de alguns nômades da Mongólia que nunca haviam tido contato com um retrato, eles não tinham conhecimento de sua própria imagem.

Os fotógrafos Wilson Philippe e Vanessa Hollander ousaram. Eles atravessaram a Mongólia e, sacando uma câmera instantânea Polaroid proporcionaram a essas pessoas um momento incrível: a oportunidade de se verem pela primeira vez em sua vida.

Abaixo, veja o vídeo que mostra esse acontecimento emocionante para os mongóis:

Um desafio incomum


Pensar na hipótese de resgatar a vida de alguém que já faleceu pode ser um pouco assustador. Ficamos receosos, tendo em vista que nossa sociedade não aceita bem a morte.

Confesso que ao imaginar esta hipótese fiquei ansiosa por iniciar o projeto. Mesmo assim, quando a professora de Oficina de Redação I, Patrícia Specht, lançou o desafio de escrever uma reportagem onde o ponto de partida seria o cemitério, a reação foi positiva. Resgatar histórias de pessoas comuns, que poderiam ter sido grandes personagens, era uma oportunidade que todos aguardavam. Afinal, estudar na ESPM-Sul é sinônimo de excelência e também de estar em um local cercado de cemitérios, literalmente de "frente para o futuro" inevitável do ser humano, o que apesar de não nos afetar nos deixa um tanto curiosos.

Após refletir um pouco, ao me dar conta da dimensão dessa ideia, fiquei temerosa. Pois como faríamos para chegar em fontes que nos contassem mais do que informações corretas? Fontes afetivas, era disso que precisávamos. Pessoas que conviveram diretamente com nossos protagonistas e que, em muitos casos, compartilharam histórias e sentimentos com gente que não faz mais parte do nosso mundo. Um grande desafio.

Em busca das histórias a serem desvendadas, nossa turma foi a diferentes cemitérios próximos da ESPM-Sul. Quatro foi o número exato de vezes que eu fui em busca de meu personagem. Eu não tinha preferências ou alguma influência específica, o que tornava as coisas um pouco mais difíceis diante das opções.

Em um dia nublado, acompanhada de alguns colegas, eu caminhava pelo cemitério Santa Casa de Misericórdia quando uma lápide me fez parar, por motivos que desconheço. Mal imaginava eu que, por trás daquele nome, havia uma incrível história. Meu protagonista era José Gerbase, um médico nordestino que trouxe para o Rio Grande do Sul, entre 1954 e 1956, a dermatologia. Gremista fanático, foi presidente do Grêmio e construiu laços familiares que se perpetuam até os dias atuais.

21 de Setembro: Dia Nacional da árvore

Esta lá. Umas das 8 medidas que todos os 191 Estados-membros das Nações Unidas, inclusive o Brasil, se compromissaram a atingir até 2015: garantir a sustentabilidade ambiental. E como fazer isso?
Existem várias medidas, uma das principais é o reflorestamento de matas utilizadas para outros fins. E nada mais digno do que valorizar o que vem de primordial em todos os tipos de florestas e vegetação: a árvore.

Hoje, dia 21 de Setembro, é Dia da Árvore aqui no Brasil. Nosso país possui mais de 600 espécies diferentes de árvores. Nada mais justo do que valorizar essa fonte de oxigênio (O2) que funciona como o pulmão do mundo. Além da fotossíntese, dependendo da árvore, ela pode absorver até 250 litros de água por dia. O que ajudaria no controle de enchentes e na absorção de nutrientes para a terra.

Então, já plantou sua árvore hoje? Se ainda não, não tem problema. Assim como dia de mãe, dia do amigo e etc é todo dia, todo dia também é dia da árvore.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Entrevista com Dunga

Meu gosto pelo futebol fez com que eu começasse a fazer um curso sobre o assunto.
Em um dos encontros, o ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol foi o convidado, e eu aproveitei para fazer uma entrevista com ele.
A matéria foi publicada no Portal de Jornalismo e está disponível no link: http://migre.me/5IlMD






Superclássico Apagado

Um jogo entre Argentina e Brasil sempre é algo esperado por muitos. Promessa de um grande jogo, o clássico desta quarta feira, no Estadio Martio Alberto Kempes, em Córdoba, válido pelo denominado Superclássico das Américas, ficou devendo algo a mais aos torcedores.
Após um primeiro tempo apagado, a seleção de Mano Menezes voltou ao segundo tempo com a mesma postura, com a boa marcação de Desábato (jogador que teve voz de prisão decretada no estádio Morumbi na época que jogava pelo Quilmes) em Neymar e Ronaldinho. Muito marcados, eles não conseguiram criar, gerando apenas três boas oportunidades ao longo do jogo, sendo duas bolas na trave de Leandro Damião e uma boa cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho, que obrigou o goleiro Orion a fazer uma grande defesa.
Com um 0 a 0 no placar, o superclássico das Américas terá seu jogo de volta no dia 28 de Setembro em Belém (PA). Em caso de um novo empate, o jogo será decidido nos pênaltis.


*Curiosidades da Copa Roca: Em 11 edições, o Brasil ganhou 7, a Argentina 3em 1971, o título foi dividido.

Brasil virou referência

Nunca antes houve uma quantidade tão grande de shows com bandas de expressão internacional em terras tupiniquins. Megaeventos se espalham por todos os cantos do Brasil, mobilizando e criando expectativa em milhares de pessoas das mais variadas idades. Multidões se espremem em estádios e parques lotados para realizar um sonho: ver seu ídolo de perto.

O público brasileiro tem cativado cada vez mais os artistas, fazendo espetáculos marcantes- e criando interesse – tanto por parte das bandas quantos dos empresários – de se apresentar no Brasil. No ano passado a dimensão dessa febre tomou forma; Paul Mccartney, Guns and Roses, Metallica e U2 são alguns dos que executaram concertos considerados históricos por aqui.

Impulsionado pelo sucesso, demonstrado em números exorbitantes, o Rock in Rio está de volta ao Rio de Janeiro depois de 10 anos. Todos os  ingressos, que tinham preços que chegavam aos 1000 reais, foram vendidos em pouco  mais de um mês e espera-se cerca de 600 mil pessoas ao longo dos 7 dias de festival. O line-up garante a presença dos mais diversos públicos, se dividirão em dois palcos bandas que vão desde o rock elétrico dos Red Hot Chilli Peppers, passando pelo ícone Elton John e chegando até o pop industrializado da Rihanna.

Para nossa alegria as coisas não param por aí, em novembro teremos mais dois festivais de grande porte em São Paulo. O SWU (www.swu.com.br) realizará sua segunda edição em uma fazenda na cidade de Paulinia e o Planeta Terra (http://musica.terra.com.br/planetaterra) – que teve todos os ingressos vendidos em menos de 24 horas – ocorrerá pela sexta vez em um parque de diversões da capital paulista. Então amantes da boa música, tirem o tênis velho do armário e preparem para torrar as economias porque esse ano ainda promete muito o que falar.


TEMA DO ROCK IN RIO 2011

Douglas Bernardt


Thais Drummond

Quando recebi a tarefa de fazer o perfil do Douglas Bernardt, achei que seria fácil pelo fato de ser uma pessoa que conheço e com quem convivo todos os dias há mais ou menos seis meses. Mas, ao começar o texto, senti que não seria bem assim.

Douglas nasceu em Porto Alegre, em 2 de abril de 1994. Quando questionado sobre o momento de sua infância que mais o marcou, a resposta foi imediata: quando tinha 10 anos, seu cachorro, da raça beagle, com quem cresceu e era muito apegado, morreu.

Além disso, estudou em muitos colégios, mas concluiu o ensino médio no Colégio Leonardo da Vinci Alfa, e fez vestibular para Ciências Sociais na UFRGS e para Jornalismo na ESPM. Foi aprovado em ambas. Embora tenha começado o ano de 2011 matriculado nos dois cursos, optou pelo jornalismo principalmente por gostar muito de ler, escrever e de expressar opiniões. Muito interessado em assuntos novos, além de estudar, o futuro jornalista também estagia como Assessor de Imprensa, na Ospa.

Além das palavras, Douglas tem outra paixão: a música. É muito difícil vê-lo sem seu fone de ouvido. Gosta de rock e sua banda preferida é a Joy Division, pelo fato de se identificar com as músicas. Seu gosto pela música está marcado na pele. Ele tem tatuado no corpo um trecho de uma das músicas com a qual mais se identifica, e que o marcou em um momento muito importante. Por mais que a gente queira saber, a informação é só para íntimos.

Um apelido um tanto quanto excêntrico, dado pela nossa sempre querida professora Adriana Kurtz, descreve o jeito polêmico no qual expressa suas ideias: Polemista Calhorda. Ele tem uma personalidade marcante e, apesar de à primeira vista parecer uma pessoa muito fechada, gosta muito de expressar suas opiniões, como eu disse antes. Acredito que Douglas acertou na escolha da profissão que irá seguir, pois um jornalista precisa ter opinião forte, e isso sabemos muito bem que ele tem de sobra.

O cineasta de um filme só

Narrar uma vida é uma tarefa complicada. Saber por onde começar, quais fatos incluir, quais deixar de lado. Na primeira edição do Blog de Papel, cada um de nós terá que contar a história de alguém que já não está por aqui. Sua vida vai ser desenhada por amigos, familiares e documentos.

Salomão Scliar foi meu escolhido. Depois de percorrermos os cemitérios próximos a ESPM, fiquei interessado em contar algumas histórias. Salomão, contudo, chamou minha atenção em especial. Em sua lápide, descobri se tratar de um cineasta. Ainda, parente do grande escritor Moacyr Scliar. Cinema e literatura, não havia ponto de partida melhor.

Comecei a investigar sua história. Consegui contato com Wremyr Scliar, irmão de Moacyr. Ele me contou fatos surpreendentes. Salomão foi um grande fotógrafo e o cineasta de um filme só. "Não era fácil produzir cinema naquela época - os anos 1950, pois a estrutura era muito precária aqui no Sul, tudo muito caro", relata Wremyr. O pai de Salomão teria ajudado a financiar o filme. Foi seu pai, inclusive, que teria trazido a arte e a cultura para a vida da família. Salomão era irmão de Carlos Scliar, pintor reconhecido. Quando jovens, iam com a família para o sítio que tinham em Viamão, local em que aconteciam reuniões com amigos ilustres, como Jorge Amado e Zélia Gattai. Nesse ambiente, livros e ideias eram discutidos. Essa atmosfera deve ter sido responsável por muito do que Salomão fez em vida.

"Ele era um sujeito muito alegre, gostava de ir ao cinema, tinha ideais muito fortes", conta Wremyr, que teve a oportunidade de conviver com o primo, quando este voltou a morar em Porto Alegre. Isso porque muito jovem, Salomão foi embora para São Paulo. Trabalhou como fotógrafo fora do Rio Grande do Sul. Em 1951, porém, voltou e gravou o seu Vento Norte.

Detalhes dessas histórias é o que busco contar. A investigação continua. Seu filme e suas fotografias são a linha que conduzirá minha pesquisa. A partir do seu trabalho pretendo entender melhor o que se passou com esse homem cheio de convicções. Assim que tiver novidades, conto por aqui.

Quem tiver conhecimento sobre a vida e o trabalho de Salomão Scliar e quiser contribuir com minha pesquisa pode enviar email para: luizguilhermers@gmail.com

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Esquentando as panelas


Na coluna de Gastronomia, vou comentar um pouco sobre as experiências culinárias pelas quais tenho passado. A cozinha é, para mim, um lugar sagrado, no qual cresci vendo as mulheres da família compartilharem receitas e risadas maravilhosas. Tenho cozinhar como uma diversão e uma maneira de agradar àqueles que gosto.

Iniciei a faculdade de Gastronomia ao mesmo tempo em que entrei para o Jornalismo e, com pesar, não consegui conciliar as duas atividades. Apesar de ter trancado o curso de Gastronomia, sigo meu objetivo de aliar essas duas paixões. Vale lembrar que um prato não é feito só de comida; em cada receita tem muita história, cultura e sentimento a ser desvendado.
Então vem comigo degustar os sabores que encontro por aí!

Se quiser entrar em contato comigo, é só mandar um e-mail para tatirr@hotmail.com ou em adicionar no Facebook.

Fotografia por Desirée Ferreira


Falar sobre fotografia é um privilégio. Quando foi combinado que eu escreveria sobre esse tema considerei um desafio, um apaixonante desafio.

Nesta seção eu, Desirée Ferreira, vou tratar de assuntos que envolvam a fotografia. Fotos, filmes, exposições, livros, enfim, tudo relacionado a esse mundo.
Uma vez, Peter Urmenyi disse que “A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.” Eu lhe convido a desfrutar dessa poesia e desvendar os seus mistérios.
Quem quiser pode comentar sobre os assuntos e indicar temas. Para entrar em contato comigo me mande um e-mail para desireedebarrosf@gmail.com ou me siga no twitter.




Onda sustentável


Sustentável vem do latim sustentare e tem a ver com uma configuração da sociedade por meio de relações que viabilizem ao máximo o presente sem prejudicar o futuro do planeta. Envolve medidas econômicas, políticas, culturais e sociais que estão presentes em toda as relações humanas ou corporativas.

É um conceito bem complexo de se entender e - principalmente - de colocar em prática. Mas ele fica claro com um provérbio africano: "Nós não deixamos a Terra de herança para os nossos filhos. Tomamos emprestada deles". Isso implica em pensar no futuro de modo que as próximas gerações possam desfrutar de recursos naturais que são o núcleo gerador de vida no nosso planeta, bem como florestas, rios, lagos, oceanos e ar atmosférico.


De um tempo para cá, esse assunto começou a ficar muito em pauta. Pensar no meio ambiente deixou de ser teoria e passou a ser prática. Virou motivo, inclusive, para fundação de partidos políticos. Esse assunto tomou conta do mercado fazendo com que as empresas percebessem mais seu processo de produção bem como em responsabilidade sócio-ambiental. Isso não foi à toa, os níveis de poluição atmosférica, desmatamento, extinção de animais são alarmantes. Sem falar da desigualdade social que se mostra presente no dia a dia de todos.

O conceito de sustentabilidade não existe por si só, ele está acompanhado de um processo histórico de necessidade de repensar o mundo em que vivemos. A atitude é muito importante neste mundo pós-moderno, uma atitude consciente e responsável então, é tudo!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Melancolia no fim dos tempos

Lars Von Trier provoca. Em uma coletiva de lançamento de seu mais recente filme, Melancolia, em Cannes, o cineasta fez declarações polêmicas sobre o nazismo que movimentaram a imprensa e podem ter lhe custado a Palma de Ouro. Fato é que o cineasta dinamarquês expõe seus personagens, intérpretes e público a emoções intensas, sendo muito difícil sair impassível de uma sessão de seus filmes.


Melancolia é uma grande obra. A mera ideia de tratar um filme sobre o fim do mundo sem que esse seja o tema central, demonstra como o diretor é capaz de trazer novidade ao cinema. Sob o som da ópera Tristão e Isolda, do compositor Richard Wagner, Von Trier apresenta uma série de imagens que parecem fotografias em movimento, mas que se tratam de frames em slow-motion do que está prestes a acontecer com os personagens da história. É um prelúdio do fim do mundo.

O que se segue é uma visão taciturna do que são os últimos dias do planeta sob a ótica de duas irmãs, Justine (Kirsten Dunst, vencedora da Palma de Ouro por sua interpretação) e Claire (Charlotte Gainsbourg, protagonista do polêmico filme anterior de Von Trier, Anticristo).

A película é dividida em duas partes. Na primeira, o casamento de Justine com Michael (Alexander Skarsgård, da série True Blood), organizado por Claire e o marido (Kiefer Sutherland, da série 24 Horas) é dissecado em cenas que mostram a brutalidade dos sentimentos da família. Não é uma festa clichê, com casais felizes e danças coreografadas, mas uma espiral de emoções no melhor estilo dos filmes do sueco Ingmar Bergman.

Justine é a expressão do título do filme. Melancólica e, aparentemente, desiludida com tudo o que está vivendo, em muitas cenas parece inerte diante de tudo o que ocorre. E algo grandioso está acontecendo, mesmo que o cineasta não se preocupe em dar destaque para este aspecto durante toda a primeira metade do filme. Um planeta gigantesco, chamado Melancolia, está em rota de colisão com a Terra. Não se sabe muito sobre o fato. Não há as clássicas cenas com explicações de cientistas. O que há são pequenos comentários entre os personagens enquanto tentam resolver seus problemas familiares. Aqui, vale destacar as cenas da festa com os pais das irmãs, vividos por John Hurt e Charlotte Rampling. Suas participações são pequenas, mas memoráveis.

Na segunda parte, focada em Claire, Justine está em depressão. A notícia de que o mundo pode acabar a consola, de sorte que as nuances da interpretação de Kirsten Dunst levam a crer que a personagem está confortável com essa situação. De uma figura frágil no início da história ela parece resignada e tranquila à medida que o apocalipse se aproxima. Já o comportamento de Claire se altera completamente. Responsável pela organização do casamento da irmã, ela tem uma imagem prática e objetiva no início do filme, com a proximidade do fim ela fica transtornada. Sua vida confortável, e estável é balançada pela notícia da aproximação do planeta Melancolia. 
Claire é uma forma de retratar um pensamento padrão e convencional diante de situações limite. Ela entra em pânico, e a interpretação de Gainsbourg retrata sua fragilidade emocional e modo de pensar convencional. 

O grande mérito do filme, além das belíssimas interpretações, é a forma como o diretor conduz a história. O fim do mundo é visto pelos olhos das irmãs. O pânico se restringe aos pavor de Claire com a situação. Não se tem a menor ideia do que está acontecendo no restante do planeta. Para Von Trier, a forma como as duas reagem à catástrofe é o fator relevante. Quanto mais se aproxima do final, tornam-se mais nítidos a calma de Justine e o desespero de Claire. 


Von Trier desnuda a fragilidade psicológica humana ao mesmo tempo que demonstra a força. Ao final, em uma cena de tirar o fôlego, com um som arrebatador, tudo termina. Tranquilidade passa pelos olhos de Justine, desespero e tristeza pelos de Claire. Não poderia ser um epílogo convencional. As imagens derradeiras não saem da mente. Definitivamente, o cinema e as declarações de Von Trier são feitos para provocar.

Confira o trailer:


A sessão já vai começar

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho", disse Orson Welles. Esse mundo de sonhos e realidade vai ser o foco desta seção.

Eu sou Luiz Guilherme Alves e vou trazer meus comentários sobre filmes e o que está acontecendo no mundo do cinema.

Pegue a pipoca, se acomode na cadeira e deixe a vida passar diante dos seus olhos por alguns momentos. Diversão, reflexão, conhecimento, emoção. Tudo isso e mais um pouco é possível viver com o cinema. É complicado sair ileso desta experiência.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Misturando cultura e gastronomia

O Projeto Prato Voador alia gastronomia à cultura, condensando dois grandes prazeres em uma experiência singular. O evento é itinerante e em cada edição contempla um tema diferente. No jantar realizado esta sexta, dia 9 de setembro, os homenageados foram o músico Serge Gainsbourg, um símbolo da boemia parisiense, e, é claro, a deslumbrante culinária francesa.
Com um ambiente gracioso, o Meme Santo de Casa, localizado na Cidade Baixa, sediou o jantar e proporcionou uma atmosfera aconchegante e sem a frescura europeia que tantos temem. Como decoração, belas fotos de Gainsbourg e Paris que podiam ser compradas no final da noite; e a graça ficou por conta dos detalhes, como o jogo americano com letras de músicas do artista, além de velas com cores da bandeira e na forma da torre Eiffel.

A cozinha foi comandada pelos chefs Mário Luiz Ávila Neto e Cláudia Moro Barbosa. Começando com o contraste entre sabores delicados e marcantes, Canapés de brie com geleia de damasco e Folhados com creme de alho-poró para couvert. Em seguida, o prato foi Brandade de bacalhau com mix de folhas que soube balancear as texturas com a leveza devida de uma entrada. Como prato principal, Boeuf Bourguignon com Aligot, a carne macia, cenouras e cogumelos com o sabor intenso do molho à base de vinho da Borgonha acompanhavam um suave purê de batatas com queijo tomme. A harmonização com um vinho Carmenere da Concha y Toro é uma dica segura para não errar.


Entre um deleite gastronômico e outro, um pocket show do músico Augusto Darde completou a noite com canções de Serge Gainsbourg e de outros compositores franceses. Por fim, o Pout-pourri de sobremesas fechou com chave de ouro o jantar. Creme brulé, Tortinha de ganache e Macarron de framboesa, formaram o trio de delícias. No Pout-pourri, mereceu destaque o Macarron que equilibrou a doçura característica dessa receita com a acidez da framboesa de forma sensacional.
O único problema dessa experiência cultural e gastronômica é o gostinho de quero-mais que surge no dia seguinte. Se você quiser participar do Projeto Prato Voador, adicione O Prato Voador Projeto no Facebook e aguarde a próxima edição.


domingo, 11 de setembro de 2011

Zelo pela qualidade: das comunidades aos consumidores finais

Sergio Talocchi e Ronaldo Freitas vieram à ESPM-Sul, no dia 5 de Setembro, segunda-feira, às 19h30 no Auditório Humberto Campos representar a empresa de cosméticos Natura. Eles participaram da palestra: As Relações de Interdependência em Cadeias Produtivas de Comercialização: Condições Necessárias para a Sustentabilidade.


As empresas, principalmente as que utilizam recursos naturais, devem estar conscientes da responsabilidade sócio ambiental. No caso da Natura, as relações com a faculdade estão mais estreitas. Principalmente porque a ESPM-Sul tem o Núcleo de Estudos de Agronegócio, que inclusive promoveu a palestra. A professora Maria Flávia Tavares, economista e Doutora em Agronegócio, coordenadora do Núcleo, acredita que o tema da sustentabilidade é imprescindível dentro da academia. “É importante trazer um tema bem discutido, principalmente por ser importante”, acrescentou.
Ronaldo Freitas em palestra na ESPM-Sul

Os palestrantes se revezaram nas falas sobre os processos de vendas e as relações que a empresa tem com os clientes. “A Natura tem a sustentabilidade permeando todas as áreas de negocio da empresa. Todos têm, inclusive, como metas de desempenho dentro da empresa, questões que permeiam a responsabilidade sócio ambiental”, completou Talocchi.

A Natura possui sedes no Brasil, Argentina, Chile, Peru, México e França. Devido a essas relações de mercado, ela procura se relacionar com as empresas que tenham objetivos similares. Segundo Ronaldo Freitas, “Você tem que ter parceiros que tenham crenças e valores parecidos com os da Natura”. Os produtos da empresa procuram desenvolver a harmonia com indivíduo com o universo. “É o ‘Bem Estar Bem’ que promovemos”, salientou Talocchi. Ele explicou também que a empresa valoriza as relações humanas e que procura sempre ligar o desenvolvimento tecnológico aos valores da empresa para desenvolver espaços de trabalho de qualidade. ”Este é o nosso compromisso com a verdade”, destacou.
                              Sergio Talocchi, gerente de relacionamento com comunidades Natura

Ronaldo Freitas contou para o publico que a Natura procura estabelecer relações diferentes de mercado. “Vender bem não é o suficiente. A gente brinca que a Natura fica procurando problemas. A gente sempre quer mais”. Para isso, ela procura desenvolver sua capacidade produtiva e organizacional. “Procuramos sempre escutar todos os que estão envolvidos nos processos dos produtos para que a empresa tome suas decisões”, contou Freitas. 

Além disso, contou que procuram manter uma relação com as comunidades de onde fazem as extrações vegetais. “Por exemplo, compramos um volume mínimo de uma comunidade por três anos”, explicou.
Toda a história da Natura é pautada pela reflexão das relações da empresa com as comunidades que ela trabalha. Ela expandiu de São Paulo para o Brasil a partir de 1980 e, dessa forma, cresceu 35 vezes mais nessa década. Nos anos 90 a empresa passou por uma reconstrução que pautou a formação do que hoje é a Natura. “Foi nessa época que pararam para pensar o que era a Natura para ver como ela se mantinha ligada às suas questões de origem assim como a sustentabilidade”, contou Talocchi.

Sergio Talocchi é economista mestre em economia ecológica e trabalha como gerente de relacionamento das Comunidades Natura Inovação. Ronaldo Freitas é engenheiro agrônomo e tem pós graduação em desenvolvimento rural sustentável e sustentabilidade. Ele trabalha como gerente de empreendedorismo sócio ambiental.


 

Sustentabilidade por Caroline Pinheiro

Nessa seção você vai ver notícias sobre o mundo da sustentabilidade bem como entender o que é responsabilidade socio-ambiental. Eu, Caroline Pinheiro, deixarei você por dentro do que julgo mais importante do âmbito sustentável. Acompanhe meus posts. 
Todo comentário é bem-vindo, portanto pode comentar à vontade abaixo das matérias. E se quiser falar comigo é só mandar um e-mail para capc_12@hotmail.com ou mandar uma mention para @carolpinh .


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