sexta-feira, 18 de novembro de 2011

4 BioNat Expo


Pra não dizer que não falei de flores


Em meio a bancas de madeiras repletas de livros uma em especial chama atenção. Flores coloridas embelezam o “telhado” do estande da Editora e Livraria Via Sapiens. A proposta é mostrar aos visitantes da 57ª Feira do Livro de Porto Alegre a especialidade da loja: ecologia e sustentabilidade. “Trabalhamos há dez anos nessa mesma linha”, explica Leia Schneider, uma das proprietárias do estabelecimento.

A sustentabilidade é um tema que desperta interesse. Hoje em dia, empresas e escolas estão comprometidas em ajudar o Planeta. Até mesmo dentro das suas casas as pessoas procuram adotar medidas que não prejudiquem o futuro ambiental da sociedade. A Editora e Livraria Sapiens, por exemplo, adota uma medida relativamente fácil para preservar a natureza. “Na loja, nós só trabalhamos com embalagens de papel”, explica Leia.

Para manter o visual da banca sempre bonito, Leia investe nas flores. “De noite a gente sobe num banco e rega todas as plantas”. Mas a proprietária ressalta: “Esse telhado é demonstrativo, pois como temos a lona para proteger, nós conseguimos cuidar das plantas dessa forma. Caso contrário, precisaríamos utilizar outras técnicas de manutenção”.
Telhado florido chamou a atenção do público
Telhado florido chamou a atenção do público/Foto: Caroline Pinheiro

Dentre os vários livros, a proprietária possui um carinho especial pela tradução de uma publicação sobre Permacultura, o primeiro lançamento da Via Sapiens. A editora é um novo empreendimento para popularizar conceitos ecológicos ainda desconhecidos. 

“Permacultura é a ideia de cultura permanente. Organizar uma pequena área de forma que ela seja sustentável”. A intenção do livro – que possui destaque em centros de estudos como, aqui no RS, em Bagé com o Instituto do Pampa e em outros estados como Bahia e Goiás – é que cada pedaço de terra seja planejado de forma que a natureza trabalhe e se sustente sozinha com o mínimo de intervenção humana. 

A proprietária, inclusive, deixa uma dica que combina muito com o espírito da feira: “Deixa a natureza trabalhar pra ti. A árvore tem que servir para tu ires embaixo dela para ler um livro”, afirma.

Feira do Livro também é lugar de ecologia


Cada dia da 57ª Feira do Livro foi temático. Teve data para celebrar a cultura negra, o Dia Mundial da Gentileza, e nessa segunda-feira, dia 14 de Novembro, o assunto central foi ecologia. Além dos livros sobre o tópico que são vendidos nas bancas, a programação da Feira ofereceu outras atrações que possibilitassem o debate do assunto. Como, por exemplo, a exibição do filme Lutzenberger: For Ever Gaia, dirigido por Otto Guerra e Frank Coe, na Tenda Pasárgada.

Precursor dos movimentos ecológicos no Brasil, José Antônio Lutzenberger é símbolo mundial de um cientista que lutou pela preservação da fauna e da flora. Consenso que se comprova em um de seus depoimentos no filme, “precisamos voltar a ter uma ética holística, que pense na gente como parte de um todo onde tudo está ligado com tudo”. Gaia, que inclusive faz parte do nome do filme, se traduz como uma forma poética de chamar a deusa da terra.

Exibição do filme na Tenda Pasárgada


A programação da Feira foi pensada para promover conteúdo de qualidade. Os temas que guiavam as datas foram pautados devido à importância no contexto atual ou pela proximidade com a data do evento. “A gente procurou ver os temas que estavam com maior destaque. Seja por maior numero de publicações, ou porque a data é próxima dos dias da feira, como foi o caso do Dia Mundial da Gentileza ocorrido no domingo, 13 de Novembro”, destaca Jussara Rodrigues, coordenadora de programação da 57ª Feira do Livro.

Seja através da busca de livros, da procura pelas atividades artísticas, pela exibição de filmes e documentários, ou até pelas mesas de debates, a feira pretende ser o encontro para a população pensar muitas destas questões. “É a nossa maneira de abrir espaço para a discussão sobre esses assuntos”, explica Jussara.

sábado, 22 de outubro de 2011

Uma forma de economia energética

O horário de verão dá muito pano pra manga em conversas entre amigos. Uns dizem que adoram, por acordarem mais cedo e aproveitarem mais o dia. Já, outros, resmungam na desculpa de precisar madrugar. Ainda assim, o que normalmente passa batido nessas conversas é o motivo desta medida.

Idealizado por Benjamin Frankiln, ela tem por principal objetivo aproveitar a energia solar. Ou seja, adiantamos uma hora no relógio no período em que ele nasce mais cedo para não necessitarmos de luz elétrica. Por isso, o essa mudança de horário acontece no verão, período mais intenso do sol aqui no Brasil.



Nesse ano, nosso horário de verão vai de 16 de outubro da 26 de fevereiro de 2012. São 133 dias de economia de energia elétrica nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do país. A mudança não ocorre nas outras regiões do país porque elas recebem a mesma quantidade de sol praticamente o ano todo. O que faz com que a energia economizada seja quase nula.

Pela 41ª vez os brasileiros adiantaram seus relógios. Pela 41ª vez, ajudaram a preservar o meio ambiente.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os hinos antes das partidas de futebol

Confira a matéria que produzi para o Portal de Jornalismo. Ela conta com opiniões da imprensa esportiva, como a de Pedro Ernesto Denardin, Batista e Nando Gross. Além disso, torcedores da dupla Grenal que frequentam os estádios foram entrevistados.
Reportagem em texto e complementada com vídeo.
Segue o link: http://migre.me/5XvbG

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Lugar de colorado é no Beira-Rio", dizia Marcelo Kripka em dias de jogo

Acompanhe depoimentos de pessoas que conviveram com o ex-presidente da FICO.


O primeiro jogo sem Marcelo Kripka

Uma ida ao Beira-Rio um tanto quanto atípica. Chegar na frente da loja do Inter, no pé da rampa três, e deparar-se com o ponto de encontro da FICO sem seu principal membro. O Escort estava lá. Marcelo Kripka, pela primeira vez, não.

Escort de Kripka. Foto: Renata de Medeiros.

Os torcedores ali presentes, para conservar a memória do ex-presidente, enlutavam-se com faixas pretas amarradas à manga das camisetas coloradas. Todos em volta do carro que os reunia até o último jogo, como se, ficar ali perto do automóvel de Kripka fosse uma forma de amenizar a saudade que imperava há uma semana.

Em homenagem, uma bandeira que tremularia em poucos instantes dentro do gramado do Gigante. Um troféu que eternizaria o craque da primeira batalha sem Marcelo. Balões brancos em contraste com o preto do luto.

Entramos em campo. A bandeira que estampava o rosto do homenageado dava a volta no estádio sob aplausos. O Troféu Super FICO Marcelo Kripka Rádio Gaúcha foi entregue ao repórter Gabardo para que o craque do jogo fosse premiado posteriormente.

Eduardo Gabardo com o troféu em homenagem a Kripka. Foto: Renata de Medeiros.

Antes do jogo, um minuto de silêncio. Gritos de "Guerreiro, Marcelo" bradavam da superior onde estava a FICO. E um sentimento: saudade.

Acompanhe as homenagens feitas domingo passado no Beira-Rio:

Imagens e edição: Renata de Medeiros.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mudança de planos

Em meu primeiro contato com Dona Santa, mulher de Romeu Armelindo Felipetto e mãe de José Antônio, imaginei que teria uma história marcada pela paixão pelo futebol para contar. Depois de ir mais além, descobri que não era bem o que eu esperava. Crises depressivas, traições, decepções, enfim, uma série de elementos que caracterizaram vidas nem tão felizes como eu pensava.

Um desafio e tanto para mim, que sempre gostei de contar as peculiaridades de história felizes. Decidi encarar, mesmo depois de encontrar esses detalhes adversos no meio do caminho. Porém, depois de algumas semanas, ficaram difíceis os telefonemas para Dona Santa, que me apresentaria amigos de seu marido e de seu filho. Minhas ligações resumiam-se em "liga depois, ela não está" ou "liga depois, não consegui falar com nenhum amigo deles ainda". Isso, de certa forma, me desanimou.

Segunda-feira passada, quando pus o pé pra fora do prédio C, me deparei com as movimentações para o enterro de Marcelo Kripka. No dia anterior, no Beira-Rio, já havia ficado sabendo de sua morte minutos antes do jogo, mas era muita coincidência o seu sepultamento ser no cemitério que fica exatamente à frente da faculdade. Ver aquela cena já me balançou. Contar sua trajetória, na verdade, despertou-me um interesse enorme.

Pensei na hipótese durante a semana toda, até que, sexta-feira, propus a mudança de personagem à professora. Tive total apoio. No mesmo dia, procurei contatar conhecidos de Marcelo. O primeiro retorno veio de Mauro Arruda, que vai ser minha principal referência para a coleta de informações.

Domingo, já estava no Beira-Rio para acompanhar as homenagens feitas para o querido ex-presidente da torcida F.I.CO, Marcelo Kripka.

Mudei. Não pelo medo de errar. Mas pelo desejo que uma quase jornalista tem de se envolver com as histórias que conta.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

500 photographers

Fotógrafos do século 21 não são difíceis de encontrar.  No entanto, achar qualidade em meio a tantas opções é uma atividade complicada.

O projeto online “500 photographers”  foi criado com o objetivo de facilitar essa pesquisa. Durante cem semanas serão divulgados, semanalmente, o trabalho de cinco fotógrafos de todas as partes do mundo e de diferentes áreas desta profissão. 

O idealizador do projeto foi Pieter Wisse, fotógrafo, dono da livraria e galeria de arte “Four Eyes Photography & Art.  Ele planeja que após a conclusão o site servirá como referência, com um arquivo de fotógrafos de qualidade e de variados estilos, linguagens e gêneros do século 21.

A seleção dos artistas é feita por indicação dos leitores. Para colaborar com o projeto você pode sugerir alguém aqui.

Photographer #375: Gerco de Ruijter

Photographer #385: Chris McCaw

 Photographer #391: Munem Wasif


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Antes tarde do que nunca

A tabela do segundo turno do campeonato brasileiro aponta o Internacional como terceiro colocado com 16 pontos e o Grêmio em quarto com 15. Duas classificações inesperadas para quem terminou o primeiro turno vagando pelo lado de baixo da tabela. Hoje, o Internacional soma 43 pontos, ocupando a sétima colocação e o Grêmio está em décimo com 39. Isso apenas comprova que se a dupla Gre-Nal tivesse iniciado o campeonato mais preparada e convicta de seus planos, as aspirações poderiam ser muito maiores, tanto do lado vermelho quanto do azul. Depois de muitos tropeços durante o ano e algumas mudanças mais drásticas como a troca de seus vice-presidentes de futebol, Grêmio e Internacional parecem ter reencontrado um padrão de jogo nas mãos de seus novos técnicos, Celso Roth e Dorival Junior, respectivamente. Apesar de serem estatísticas, esses fatos são suficiente para comprovar que se os gaúchos não tivessem perdido tempo demais com crises políticas desnecessárias e investimento em treinadores despreparados para a função, o campeonato de hoje não estaria resumido a esse modesto torneio Rio-São Paulo.
Agora que estão organizados, com um ambiente sereno e os jogadores verdadeiramente focados, Grêmio e Internacional mostram que não são piores que a maioria de seus adversários. Faltou total planejamento na arrancada.


Paulo Odone, quando assumiu a presidência do Grêmio, teve que engolir Renato Portaluppi como técnico, pelo milagre que o eterno ídolo gremista havia realizado no campeonato brasileiro do ano passado, mas o presidente nunca simpatizou com este profissional. Logo, o clima no clube ficou turbulento e Odone aproveitou a primeira brecha para mandar o treinador embora, fato que atraiu contra sua pessoa a fúria da torcida. A saída de Renato desencadeou uma crise técnica na equipe, que encaminhou o clube a triste convivência da zona da degola. Nesse período, o Grêmio apostou no inexperiente Julinho Camargo que claramente não estava pronto para a árdua tarefa que lhe esperava. O grupo de jogadores passou a carregar o fardo de time desqualificado e limitado. O time só começou a ensaiar uma recuperação no final do primeiro turno, quando das chegadas de Paulo Pelaipe e Celso Roth. O treinador manteve a tradição de técnico de boas arrancadas e logo arrumou a casa, começando por uma boa organização defensiva. Mesmo que ainda lhe faltem recursos na peça ofensiva, o Grêmio volta a atuar com aquele espírito aguerrido que lhe é característico. Com certeza, essa turbulência toda roubou pontos preciosos, comprometendo a temporada tricolor.
A crise colorada é muito mais complexa, já que não teve origem nessa temporada. A eleição de Giovanni Luiggi para presidente do clube gerou um grande racha no grupo político que administra o clube desde 2002. A relação do Presidente com o vice de futebol, Roberto Siegmann, foi desarmônica desde o início da gestão. A queda de Celso Roth e a contratação de Falcão para o cargo acirraram ainda mais os ânimos entre os dirigentes. Com o despreparo tático do Rei de Roma, somado a uma falta de poder de mobilização deste sobre os atletas, o Internacional fez fiasco na Taça Libertadores da América e patinava pela zona intermediária do campeonato. Depois de sofrer uma trágica goleada de 3 a 0 para o São Paulo, em pleno Beira-Rio, o departamento de futebol e a comissão técnica foram derrubados pelo primeiro mandatário do clube. Trocas de acusações agitaram as bandas do Beira-Rio, enquanto isso, o clube permaneceu um longo período sem treinador, sem esquema tático e sem comando. Dorival Junior assumiu o comando da equipe na vitória por 1 a 0 contra o Botafogo, há somente três rodadas do fim do primeiro turno. A partir daí, o Internacional não parou mais de crescer, tanto em futebol quanto em resultados. Com a chegada do novo técnico, jogadores mais experientes como D`Alessandro, Guinazu, Índio e Tinga voltaram a jogar o que sabem e somaram qualidade ao fenômeno Leandro Damião. O Internacional vive a sua melhor fase na temporada e a tendência, pelo desempenho dos últimos 10 jogos( 4 vitórias, 4 empates e 2 derrotas) parece ser mesmo uma guinada rumo à Libertadores. Claro que a equipe ainda oscila, especialmente nos jogos longe de Porto Alegre, mas é notável uma evolução a cada partida, aspecto característico de uma equipe em formação, ou seja, o Internacional dá sinais que ainda deve render mais.
As situações de Grêmio e Internacional são diferentes, mas ambos atravessaram uma temporada de percalsos bem parecidos, guardadas as proporções, é claro. Desta forma, basta esperar que os dirigentes não criem mais problemas fúteis e que os clubes mantenham o foco para, quem sabe assim, possamos derramar um pouco de chimarrão no chopp de paulistas e cariocas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Louboutin lança linha de sapatos sustentáveis

Pra provar que não é difícil ser sustentável, um grande nome da moda deu o exemplo: Christian Louboutin lançou uma linha de calçados ecológicos. A ideia é simples, usar tecidos que sobram da confecção dos outros calçados carésimos que a marca dele produz.

Para dar mais charme aos peep toes que ele produz, os calçados serão exclusivos. Custarão, em média, R$3,500. E estão previstos para chegar aqui no Brasil no fim deste ano.

O solado vermelho - marca registrada do estilista - permanece nos exemplares
A linha Eco-trash promete ser um sucesso por quatro motivos:
1) Os pares são de Louboutin, o homem dos calçados mais desejados do mundo
2) Custam caro e, por isso, garantem status pra quem usa
3) Christian está em alta depois do seu escândalo com o estilista Yves Saint Laurent, todas as mulheres que estão ligadas na moda dos pés estão querendo seus calçados exclusivos
4) Ele acertou em cheio ao somar sustentabilidade e moda

Os pares podem ser revestidos, por exemplo, de cortiça, PVC ou juta

Portanto, se você puder, e quiser, garanta o seu. Até porque, afinal de contas, é um Louboutin!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Prato Voador e a Espanha de Almodóvar


Nesta edição, o Prato Voador tem como destino a Espanha de Almodóvar. A ambientação fica por conta da boa música e das surpresas reservadas para a noite.


No comando da cozinha, os chefs Mario Ávila e Cláudia Moro Barbosa desenvolvem um menu específico para compor a experiência. Com uma atmosfera aconchegante, o espaço cultural Meme Santo de Casa vai sediar o jantar pela segunda vez. Além da ótima localização, a casa possui capacidade para um número restrito de participantes, mantendo essa experiência um deleite para poucos.


A noite é idealizada como uma aventura que estimula todos os sentidos. Desbravar os sabores, as imagens, os sons e os aromas da cultura espanhola é o desafio proposto para a próxima edição. “A ideia é fazer as pessoas viajarem com o Prato Voador, experimentarem novas sensações”, explica Fabiana Leivas, idealizadora do projeto.


Seja pela boa culinária, pela ambientação temática ou pelas surpresas que o jantar propõe, vale a pena separar a noite para participar dessa experiência cultural que está sendo preparada.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Imprevistos


Na tarde de sábado, enquanto lia um livro, fui surpreendida por uma ligação. Dona Santa ligou-me perguntando se eu poderia visitá-la naquele dia mesmo.
Curiosa e cheia de expectativas, saí de casa para falar com a esposa de seu Romeu e mãe de Zé para saber um pouco mais da vida deles. Chegando lá, deparei-me com histórias nem tão alegres como eu imaginava que encontraria.
Romeu e Santa são de Santa Maria e conheceram-se lá. Depois de se casarem, tiveram que vir para Porto Alegre, pois o marido era militar e foi transferido para cá. Tiveram nove filhos. Dois, porém, faleceram logo depois que nasceram. Zé morreu, aos 46 anos, vítima de repetidas crises de depressão. A paixão pelo futebol parecia ser seu único consolo. Não teve mulher, nem filhos, mas era bem apegado à sua família.
Dona Santa mostrou-me algumas fotos e prometeu-me apresentar amigos de infância tanto de seu Romeu, quanto de Zé. Deposito minha esperança de histórias mais divertidas e alegres nessas duas fontes, já que, até agora, conheci duas vidas marcadas por dificuldades.


Desviando atenções

Há pouco tempo, o Brasil comemorava os mil dias para a Copa. Sobravam festejos e holofotes, faltava preocupação.
O atraso é grande. Só agora começou a se pensar no que deveria ser sabido antes mesmo de a candidatura ser lançada: um grupo cervejeiro patrocina o Mundial. Com isso, seria muito pouco provável de que a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol e proximidades prevaleceria sobre o patrocinador.
A outra polêmica em questão é a exigência de meia-entrada para idosos e estudantes que o país sede está fazendo sobre a federação internacional. Novamente, um esforço em vão. Os jogos já têm um custo calculado e não há como saber quantos ingressos serão vendidos pela metade do preço. Se os brasileiros acham anormal ter esse controle, há algo de muito errado por aqui.
Polemizar esses dois assuntos é uma grande inutilidade, já que é, praticamente, pré requisito aceitar as normas da Fifa para poder sediar uma Copa.
O mais importante ninguém pensou até agora. Sem estádios, sem Copa. Essa seria a lógica mais simples a ser seguida, porém, hoje, nenhuma obra está dentro do prazo inicial previsto pelos clubes e construtoras.
Já é costume do Brasil dar prioridade a assuntos irrelevantes para atenuar os realmente preocupantes. É hipocrisia querer sediar uma Copa e receber milhares ou milhões de estrangeiros para oferecer serviços públicos precários. Não há condições sequer humanas nem para os próprios cidadãos brasileiros. O dia em que as emergências dos hospitais não estiverem mais lotadas, o trânsito não for caótico e o transporte público for eficiente para os habitantes do país, aí sim poderá cogitar a idéia de abrigar um evento de grande porte como é este. Atualmente, não é o caso. Explicado o motivo pelo qual as discussões estão voltadas não para os estádios ou para os serviços públicos. Afinal, o governo não discutiria os únicos pontos que realmente são de sua responsabilidade.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Apaixonados por futebol

Paixão. Talvez seja essa a palavra que defina melhor Romeu Armelindo Felipetto e José Antonio Felipetto.

O túmulo onde estão sepultados, no Cemitério Santa Casa da Misericórdia, despertou-me curiosidade. Nele, há dois distintivos: um do Internacional e outro do Grêmio. A paixão Gre-Nal eternizada ali, indiferente à vida. Mas viva até a morte.

No começo, achei que eram irmãos. Então fui procurar referências na internet para apurar mais informações. Encontrei o telefone da casa de seu Romeu. Liguei para lá sexta, 23 de setembro, e um homem chamado Roney me atendeu. Ressabiado depois de escutar minhas explicações detalhadas sobre o projeto, pediu-me que ligasse outro dia para falar com sua mãe.

Consegui contato apenas na semana seguinte. Dona Santa foi quem atendeu. Após esclaracer o trabalho e me identificar, contei o motivo de escolher o túmulo dos Filipetto. Ela, muito animada, declarou:

- Ah, ele era muito colorado! - disse ela, referindo-se ao filho.

Dona Santa era esposa de seu Romeu, e José Armelindo, um dos filhos deles e irmão de Roney - o que me atendeu na semana anterior. A senhora me explicou que Zé era mesmo apaixonado pelo Inter. Segundo ela, quando lavava seu uniforme colorado, ele botava a cadeira na rua para cuidar da roupa no varal, pois tinha medo que roubassem seu manto sagrado. Além disso, falou-me que participa do Clube de Mães e foi bailarina.

Sobre o marido, não deu grandes detalhes por telefone. Mas fiquei super empolgada com a receptividade de Dona Santa e acredito que, quando falar pessoalmente com ela semana que vem, vou ter mais informações. Espero ter muitas histórias para contar desses pai e filho movidos pela paixão Gre-Nal.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

British Wildlife Photography e seus vencedores


Fotógrafos  conseguem captar situações inusitadas. Através de uma sensibilidade incrível, esses trazem à tona um mundo que está lá, no entanto que passou despercebido pela visão humana ou que não esta ao alcance dessa.

Reconhecer o talento de fotógrafos tanto amadores quanto profissionais é uma forma de dar valor a um artista. O concurso British Wildlife Photography faz isso desde 2009 ao premiar aqueles com as melhores capturas da grande riqueza e diversidade da história natural britânica. 

O concurso de fotos já divulgou seus vencedores do ano. O prêmio foi dividido em dez categorias, além de um vencedor geral e dois premiados com idades abaixo de 11 anos de idade e entre 12 e 18 anos.

As imagens premiadas vão ser expostas ao longo de um ano em diversos lugares da Inglaterra, Escócia e País de Gales . Também, farão parte de uma coleção ilustrando as melhores imagens do concurso desta edição. 

A fotografia abaixo foi vencedora do prêmio geral. Uma água-viva no mar de uma ilha na costa escocesa, o artista foi o fotógrafo Richard Shucksmith. 
Se você quiser ver as demais fotos, entre aqui.


Jornalismo investigativo, literatura e cinema

Best-sellers costumam tomar o caminho dos cinemas. Embora sejam lidos por muitas pessoas, o sucesso e o burburinho gerado fazem os olhos dos executivos de estúdios brilharem. Nem sempre o resultado é satisfatório, mas algumas vezes as obras conseguem cumprir seu propósito - entreter - indo além.

A trilogia Millenium, do jornalista sueco Stieg Larsson cumpre esse papel. Os três livros que acompanham a cooperação entre o editor de uma revista investigativa e uma hacker venderam milhões de cópias e foram levados ao cinema em seu país de origem. A versão americana, dirigida por David Fincher, de A Rede Social e Clube da Luta, está prestes a chegar aos cinemas.

O primeiro livro/filme, "Os homens que não amavam as mulheres", traz Mikael Blomqvist, um jornalista responsável pela "Millenium", revista claramente de esquerda, que atua denunciando esquemas de corrupção. A história tem um cunho autobiográfico, pois Larsson foi editor da "Expo", uma revista cujo alvo era a ultra direita europeia.

Blomqvist precisa largar o trabalho, por ter sido acusado de caluniar um executivo corrupto. Tendo em vista sua reconhecida habilidade investigativa, um empresário chamado Henrik Vanger o contrata para descobrir o que aconteceu com uma sobrinha desaparecida há 40 anos. Vanger acredita que ela foi assassinada por um dos membros da família, porém não há pistas aparentes que levem a essa conclusão.

Ao lado da hacker Lisbeth Salander, a garota da tatuagem de dragão do título americano, Blomqvist começa a investigar o caso que o leva a descobrir uma série de acontecimentos relacionados a violência contra mulheres. Em paralelo, a história conturbada de Lisbeth se desenvolve em meio a críticas a elementos de extrema direita presentes na Europa contemporânea.

Larsson, autor da série, morreu subitamente, aos 50 anos, em 2004. Há bastante discussão acerca de sua morte, inclusive a possibilidade de ter sido assassinado, em função dos temas polêmicas que tratava em sua revista.

Abaixo, os trailers da versão original sueca e da americana do primeiro filme da série. Quem tiver vontade de saber um pouco mais, pode ler o livro também.


Versão sueca



Versão americana


A Moda que pegou




Com certeza você já deve ter visto muita gente por ai com o acessório que pegou no inverno, e promete continuar na primavera: as meias 7/8. Mas ao contrário do que pode parecer, essa moda não é de agora.

A origem das meias 7/8 vem da meia-calça, que antigamente era um acessório típico dos homens. A meia-calça surgiu na Mesopotâmia, há dois mil anos, e o material utilizado
para sua confecção era a lã, e tinha uma costura na parte de trás, que servia de proteção para os soldados que praticavam montaria no inverno. Ela passou a ser usada pelos nobres que competiam entre si pela riqueza dos materiais utilizados na meia, bordadas com muita sofisticação. Quando os recursos industriais da época permitiram a fabricação de um tecido mais fino, a meia-calça foi, assim, assumida como um acessório feminino.

O modelo mais usado era a 7/8, presa por fitas ou rendas às coxas, e todas tinham um acabamento atrás que fazia o desenho de um risco. Uma curiosidade interessante é que como as meias eram um produto muito caro, as mulheres no período da guerra, para não deixarem as pernas aparecerem tão nuas, pintavam um risco na parte de trás das pernas para simular o uso das meias.


Em tempo mais atuais o acessório incorporou um apelo sexy, fetichista, e, até então, pouco usado nas ruas. Como nas últimas temporadas elas passaram a ser um acessório comum nas passarelas, a tendência é as meias 7/8 perderem essa característica, pois cada vez mais ela é vista incorporada pelas mulheres no seu look do dia-a-dia.

Aí vão umas dicas para quem ainda tem dúvida de como usá-las:




Como elas são meias longas, é sempre bom usar mostrando um pedaço da perna para alongar a silhueta. Com saias, elas dão um toque meio college-sexy para o look, como no usado pela Blake Lively (acima, à esquerda). Com vestidinhos soltos, elas dão um toque romântico que fica lindo.




Se for usa-lás com shorts, opte pelos mais curtinhos. Mas cuidado com os muitos justos, para não ficar vulgar. Se o shorts for muito curto, o ideal é que a blusa seja mais longa.

Tendências por Thais Drummond

Eu, Thais Drummond, nesta seção, deixarei você por dentro de tudo o que é tendência atualmente no mundo, bem como moda, tecnologia, literatura. Você é bem-vindo para mandar dicas de assuntos que gostaria de ver nos meus posts, e pode ficar à vontade para comentar abaixo das matérias.

Se quiser falar comigo, pode mandar e-mail para: thaisd.costa@hotmail.com ou mandar uma mention para @thais_drummond.

Muito mais que um rostinho bonito.


Sabe de quem é esse rosto?


É daquele mascarado do Slipknot, que para muitos mais berra do que canta e faz shows que mais parecem uma apresentação de terror. Corey Todd Taylor é um músico que inovou a cena do metal no mundo, abriu portas pra esse estilo que estava em decadência profunda.


Muitos não sabem, mas as canções do Slipknot são cheias de sentimento e melodia. Corey usa da música pra expressar seus sentimentos. Ele passa em suas letras uma manada de sensações de uma forma diferente e que por muitos são mal interpretadas devido a aparência da banda.

"Nós não estamos nos escondendo atrás dessas máscaras, estamos nos revelando mais do que vocês podem imaginar. A máscara que eu uso põe pra fora toda a merda que há dentro de mim. Mesmo se não usássemos máscaras, nossa música ainda seria de boa qualidade."



Ano passado a banda sofreu uma grande perda. Paul Gray, baixista e fundador do Slipknot, foi encontrado em seu apartamento morto por overdose. Esse caso mostrou que o lunático, doente e horripilante Corey Taylor é um cara normal.

"A única maneira com que eu posso resumir Paul Gray é amor. Tudo o que ele fez, fez pelas pessoas em volta dele e foi isso o que ele nos deixou: um amor absoluto".

Foram as palavras dele ao se pronunciar sobre a morte.


Abaixo um vídeo dele fazendo uma tatuagem em homenagem ao amigo.



Bridge

Muitos cineastas iniciam suas carreiras fazendo curtas. Alguns documentários, outros pequenos filmes de animação. A técnica, cada vez mais difundida, tendo em vista as facilidades tecnológicas, proporciona filmes simples, porém divertidos e com belas mensagens a serem passadas.

Criado por Ting Chian Tey como trabalho para a Academy of Art University, de São Francisco, em 2010, o curta Bridge apresenta a história de animais querendo cruzar uma ponte ao mesmo tempo. A cooperação é o caminho.

Bridge from Ting on Vimeo.

Making-of do curta:


Bridge - Making of from Ting on Vimeo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O inesperado líder

O Campeonato Brasileiro de 2011 apresenta inusitadas surpresas. A primeira delas é o equilíbrio histórico que a competição traz na briga pelas primeiras colocações. Nunca antes na história do torneio, a distância em pontos do líder para o quarto colocado foi tão pequena. São 26 rodadas e temos pelo menos 4 equipes disputando o título e mais 8 na briga por uma vaga na Taça Libertadores da América.
A razão para esse acirramento pode ser a falta de uma grande potência superior. Tudo está muito equilibrado, os times estão muito parecidos. Não temos mais o São Paulo de alguns anos atrás. O Santos, atual campeão da Libertadores, que teoricamente teria o melhor elenco de jogadores do Brasil, demorou para entrar no campeonato e agora paga o preço. Isso abriu espaço para times emergentes que tiveram que atravessar ou ainda atravessam uma longa fase de reestruturação.
É ai que nos deparamos com a grande surpresa do brasileirão e de toda a temporada de 2011, que é o Clube de Regatas Vasco da Gama. O clube carioca enfrentou uma década sombria, permanecendo anos sob a gestão ditatorial e catastrófica do ex-presidente Eurico Miranda, que quando deixou o cargo de presidente do clube em 2008, a situação financeira do Vasco era caótica e quase irremediável. Eurico recebeu várias acusações de desvios de verbas, além de ter requisitado antecipação de receitas da televisão para as temporadas de 2009 e 2010. Isso é apenas um resumo da verdadeira bomba que Roberto Dinamite, maior ídolo da história do Vasco, se dispôs a assumir em meados de 2008, quando foi eleito presidente do clube. Não teve como evitar a queda para série B, em consequência do elenco precário que herdou. A partir de 2009, o clube começava um processo penoso de reformulação, e Dinamite tinha a ingrata tarefa de formar um time sem dinheiro.
Aos pouco, o Vasco foi recuperando a credibilidade e começou a honrar seus compromissos e manter a folha salarial de jogadores em dia. Além disso, com Roberto Dinamite, o clube passou a recuperar a simpatia alheia e destruir a imagem arrogante que Eurinco Miranda conseguiu arrastar para o clube na última década. É um processo semelhante a de um país que vive anos num regime ditatorial. O processo de readaptação a democracia requer um pouco de tempo. Esse novo Vasco já começa a adquirir resultados dentro de campo chegando a semifinais da Copa do Brasil em 2009 e 2010. Mas a grande recompensa do trabalho de Dinamite e do diretor executivo Rodrigo Caetano chegou no ano de 2011.
Depois de um início turbulento no campeonato carioca, o time ganha forma com a chegada de Ricardo Gomes e a reafirmação de jogadores rodados como Diego Souza e Juninho Pernambucano. Com isso, o clube conquista a Copa de Brasil e retorna a Libertadores depois de 10 anos e é o líder do Brasileiro, faltando 12 rodadas para seu final. É um fenômeno impressionante diante do contexto descrito acima. Um clube que a dois anos estava a beira do abismo pode igualar a marca do Cruzeiro, que é o único time a conquistar Brasileirão e Copa do Brasil no mesmo ano. E o Vasco ainda pode levar a Sul-Americana. Seria um prêmio e tanto para esse novo modelo de profissionalismo adotado pela equipe carioca. Mesmo que não tenha a melhor equipe do Brasil nominalmente, um bom trabalho e organização institucional também podem levar ao sucesso dentro de campo. Ainda tem muita bola para rolar nesse brasileiro, mas de toda maneira, o Vasco já superou as expectativas e qualquer posição que estiver no final da competição já é lucro para uma equipe que está acostumada a apenas brigar para não ser rebaixada.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um mundo subaquático

Elena Kalis criou seu mundo subaquático. Formada em artes plásticas, a russa passou a flertar com a fotografia no momento certo, quando foi morar em Bahamas.
Seu trabalho, "Underwater", consegue retratar situações inusitadas com um ar mágico, proporcionando aos olhos de quem vê uma sensação incrível. Suas fotos tem referência de obras famosas, como Alice no País das Maravilhas.
A fotógrafa admite que sua inspiração vem do oceano, dos diferentes tons de azul do mar caribenho.















Um homem de caráter íntegro


José Gerbase
Minha primeira fonte afetiva foi o quinto de seis filhos de José Gerbase: Carlos Gerbase. Através de uma pesquisa na internet, consegui contato com ele e  marquei uma conversa. A colaboração desse, que orgulha-se muito do pai, foi importante para o andamento do projeto. Saí da conversa com um DVD, um caderno de memórias escrito por Léa Gerbase ─ esposa do dermatologista ─ e principalmente, com uma sensação de que estava resgatando a história de alguém incrível. 

Através de suas ações, José Gerbase, demonstrava a preocupação com o próximo. Seus atos eram impregnados de dedicação em busca do melhor para as pessoas, fossem essa integrante da família, parte de seu círculo de amizades ou pacientes.  

Natural de Maceió, o Alagoano ousou ao mudar para o Rio de Janeiro, onde terminou a faculdade de Medicina. Mais tarde, aventurou-se a ir morar no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Na capital conheceu Léa,  sua futura esposa e mãe de seus seis filhos, aquela que passaria ao seu lado o resto de sua vida. 

José Gerbase, Léa Gerbase e seus filhos
Gremista fanático, José Gerbase chegou a ser Presidente do Grêmio. Apesar de não ter nascido tricolor, passou a ser torcedor do time quando veio para capital. O grêmio lhe proporcionou coisas boas, ele levou coisas boas ao grêmio. Uma troca. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os trabalhos de Salomão

Quando comecei a pesquisar sobre a vida de Salomão Scliar encontrava apenas referências ao seu trabalho como fotógrafo e a um único filme que tinha feito, há 60 anos. Era a matéria sobre um cineasta de um filme só. Inusitado. A pesquisa, todavia, permitiu que eu descobrisse que seu trabalho foi muito além.
Realmente, Salomão dirigiu apenas um longa-metragem de ficção, seu Vento Norte. Contudo, trabalhou na equipe de cinematografia de outras películas como Inconfidência Mineira, Inocência e Caminhos do Sul, além de realizar alguns curtas documentais.
Algo mais começou a chamar minha atenção. A história de sua família, os Scliar. Primo do escritor Moacyr e irmão do pintor Carlos, Salomão tinha a arte em suas veias. Acabei descobrindo que discutia-se política e literatura em sua casa. Todo esse interesse resultou em alguém preocupado em pesquisar e documentar. Salomão, além de fotógrafo e cineasta, editou álbuns e livros, com gravuras, fotografias e a história do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Minha visita ao Museu de Comunicação Hipólito da Costa comprovou isso. Eles ainda estão organizando seu acervo, mas já pude ter contato com álbuns editados por ele, como Rio Grande do Sul histórico e Porto Alegre antigo. A pesquisa segue, em breve conto mais sobre o que descobri desse viajante das imagens.



Escassez de Recursos

A cada partida que passa, a seleção brasileira convence menos seus torcedores e nos deixa mais preocupados, de maneira que faltam menos de 1000 dias para a Copa do Mundo e não vemos nem sinais da formação de um time. A própria comissão técnica ajuda a repassar essa percepção. Mano Menezes cada vez mostra mais que não está convicto quanto à equipe ideal, tanto tática quanto nominalmente. São apenas experiências, experiências e experiências..., sem nenhuma afirmação. Alguns jogadores que já estavam descartados pela alta idade que teriam na copa, começam a ser reintegrados, como é o caso de Ronaldinho Gaúcho. A renovação prometida pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e pelo próprio Mano, definitivamente, não aconteceu.
O que se vê é um processo de incerteza quanto ao rumo que deve ser seguido. O Brasil não precisará disputar as eliminatórias e terá poucos jogos oficiais pela frente. Ao mesmo tempo que isso é um prêmio pelo Brasil ser o país sede da copa, acaba prejudicando o nosso futebol, já que o entrosamento e espírito de grupo são fundamentais na formação de uma equipe. Nesse aspecto, temos muito a aplaudir o trabalho do ex-técnico Dunga. Ele montou uma equipe já no início de sua passagem e foi apenas fazendo alguns ajustes ao longo do tempo. Isso estabeleceu um padrão de jogo. Por mais que as ideias táticas e algumas escolhas do ex-treinador fossem contestadas por boa parte da torcida e da imprensa, somos obrigados a concordar que nesse período a seleção possuía um time entrosado e os jogadores estavam focados e fechados com o treinador em torno de um mesmo objetivo. Nem tropeços como empates em casa com Colômbia e Bolívia afetavam a união do grupo. Não vemos isso hoje e nem vamos ver enquanto o treinador não deixar explícito com quais jogadores pretende contar na construção de sua base para a copa.
Claro que o Mano não é o único culpado nessa ocasião. Os jogadores convocados não rendem o esperado. Chegamos ao ponto em que não temos tanta qualidade como imaginávamos. A opinião pública faz esforços para não acreditar nisso, mas os fatos falam por eles só. O treinador convoca os melhores que temos no momento e o Brasil não apresenta nada de fora do comum. Jogamos com Ronaldinho, Neymar e Damião contra a enfraquecida seleção da Argentina e não saímos de um morno empate. Podemos dizer que esses três jogadores citados é o que temos de melhor hoje no setor ofensivo e mesmo assim não passamos por uma Argentina que não contou com nenhum de seus craques. Na seleção atual, temos alguns jogadores que jogam no país, ao contrário da Argentina, onde todas as estrelas jogam no estrangeiro. Isso sinaliza uma decadência do nosso futebol, pois quando nossos atletas estão em alta, invariavelmente, acabam se transferindo para o exterior e a grande espinha dorsal da seleção concentra-se nos clubes europeus.
Hoje é ao contrário. Neymar e Ronaldinho que são as grandes estrela dessa seleção, jogam no Brasil. Neymar despontou com um futebol de encher os olhos no Santos, que submeteu-o a comparações com os maiores craques do passado. Porém, na seleção, ele não consegue atingir uma regularidade. Até fez bom jogos no início, mas a cada partida tem jogado menos. Em alguns momentos, ele me lembra o Robinho, muita técnica e exuberância, mas pouca objetividade. Ronaldinho Gaúcho tem um passado brilhante, quando foi duas vezes o melhor jogador do mundo. Depois disso, entrou em uma fase de decadência incrivel. Tenta ensaiar uma recuperação no Flamengo, mas nunca será o mesmo de antes. Sua idade avançada e vida boêmia agitada pesam contra si para uma afirmação na equipe que disputará o mundial no país. Falamos agora sobre as duas melhores cartas que poderiam desequilibrar a nosso favor e vemos que nenhuma delas é incontestável. Não chega nem à sombra de uma seleção que já teve Ronaldo, Rivaldo, Romário e o próprio Ronaldinho Gaúcho, quando este ainda levava a profissão a sério. São tempos de vacas magras e é preciso se acostumar com isso. Foi se o tempo em que tinhamos recursos para fazer duas ou três seleções e continuávamos sendo os melhores. Hoje, podemos organizar no máximo uma equipe que poderá, com muito esforço, se igualar a grandes potências do futebol mundial como Espanha, Holanda, Argentina e Alemanha, mas não teremos mais aquela supremacia de outros tempos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A primeira vez

Quantas vezes você já se viu hoje? Talvez essa pergunta pareça um pouco estranha, contudo são raros os que sabem a verdadeira resposta. A era digital nos proporcionou uma série de benefícios, entre eles, a possibilidade de reproduzir imagens de forma simples e, consequentemente de ter um conhecimento preciso de nossa aparência.

No entanto, não são todos que têm oportunidade de poder se ver a qualquer momento ou sequer uma vez. Esse, é o caso de alguns nômades da Mongólia que nunca haviam tido contato com um retrato, eles não tinham conhecimento de sua própria imagem.

Os fotógrafos Wilson Philippe e Vanessa Hollander ousaram. Eles atravessaram a Mongólia e, sacando uma câmera instantânea Polaroid proporcionaram a essas pessoas um momento incrível: a oportunidade de se verem pela primeira vez em sua vida.

Abaixo, veja o vídeo que mostra esse acontecimento emocionante para os mongóis:

Um desafio incomum


Pensar na hipótese de resgatar a vida de alguém que já faleceu pode ser um pouco assustador. Ficamos receosos, tendo em vista que nossa sociedade não aceita bem a morte.

Confesso que ao imaginar esta hipótese fiquei ansiosa por iniciar o projeto. Mesmo assim, quando a professora de Oficina de Redação I, Patrícia Specht, lançou o desafio de escrever uma reportagem onde o ponto de partida seria o cemitério, a reação foi positiva. Resgatar histórias de pessoas comuns, que poderiam ter sido grandes personagens, era uma oportunidade que todos aguardavam. Afinal, estudar na ESPM-Sul é sinônimo de excelência e também de estar em um local cercado de cemitérios, literalmente de "frente para o futuro" inevitável do ser humano, o que apesar de não nos afetar nos deixa um tanto curiosos.

Após refletir um pouco, ao me dar conta da dimensão dessa ideia, fiquei temerosa. Pois como faríamos para chegar em fontes que nos contassem mais do que informações corretas? Fontes afetivas, era disso que precisávamos. Pessoas que conviveram diretamente com nossos protagonistas e que, em muitos casos, compartilharam histórias e sentimentos com gente que não faz mais parte do nosso mundo. Um grande desafio.

Em busca das histórias a serem desvendadas, nossa turma foi a diferentes cemitérios próximos da ESPM-Sul. Quatro foi o número exato de vezes que eu fui em busca de meu personagem. Eu não tinha preferências ou alguma influência específica, o que tornava as coisas um pouco mais difíceis diante das opções.

Em um dia nublado, acompanhada de alguns colegas, eu caminhava pelo cemitério Santa Casa de Misericórdia quando uma lápide me fez parar, por motivos que desconheço. Mal imaginava eu que, por trás daquele nome, havia uma incrível história. Meu protagonista era José Gerbase, um médico nordestino que trouxe para o Rio Grande do Sul, entre 1954 e 1956, a dermatologia. Gremista fanático, foi presidente do Grêmio e construiu laços familiares que se perpetuam até os dias atuais.

21 de Setembro: Dia Nacional da árvore

Esta lá. Umas das 8 medidas que todos os 191 Estados-membros das Nações Unidas, inclusive o Brasil, se compromissaram a atingir até 2015: garantir a sustentabilidade ambiental. E como fazer isso?
Existem várias medidas, uma das principais é o reflorestamento de matas utilizadas para outros fins. E nada mais digno do que valorizar o que vem de primordial em todos os tipos de florestas e vegetação: a árvore.

Hoje, dia 21 de Setembro, é Dia da Árvore aqui no Brasil. Nosso país possui mais de 600 espécies diferentes de árvores. Nada mais justo do que valorizar essa fonte de oxigênio (O2) que funciona como o pulmão do mundo. Além da fotossíntese, dependendo da árvore, ela pode absorver até 250 litros de água por dia. O que ajudaria no controle de enchentes e na absorção de nutrientes para a terra.

Então, já plantou sua árvore hoje? Se ainda não, não tem problema. Assim como dia de mãe, dia do amigo e etc é todo dia, todo dia também é dia da árvore.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Entrevista com Dunga

Meu gosto pelo futebol fez com que eu começasse a fazer um curso sobre o assunto.
Em um dos encontros, o ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol foi o convidado, e eu aproveitei para fazer uma entrevista com ele.
A matéria foi publicada no Portal de Jornalismo e está disponível no link: http://migre.me/5IlMD






Superclássico Apagado

Um jogo entre Argentina e Brasil sempre é algo esperado por muitos. Promessa de um grande jogo, o clássico desta quarta feira, no Estadio Martio Alberto Kempes, em Córdoba, válido pelo denominado Superclássico das Américas, ficou devendo algo a mais aos torcedores.
Após um primeiro tempo apagado, a seleção de Mano Menezes voltou ao segundo tempo com a mesma postura, com a boa marcação de Desábato (jogador que teve voz de prisão decretada no estádio Morumbi na época que jogava pelo Quilmes) em Neymar e Ronaldinho. Muito marcados, eles não conseguiram criar, gerando apenas três boas oportunidades ao longo do jogo, sendo duas bolas na trave de Leandro Damião e uma boa cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho, que obrigou o goleiro Orion a fazer uma grande defesa.
Com um 0 a 0 no placar, o superclássico das Américas terá seu jogo de volta no dia 28 de Setembro em Belém (PA). Em caso de um novo empate, o jogo será decidido nos pênaltis.


*Curiosidades da Copa Roca: Em 11 edições, o Brasil ganhou 7, a Argentina 3em 1971, o título foi dividido.

Brasil virou referência

Nunca antes houve uma quantidade tão grande de shows com bandas de expressão internacional em terras tupiniquins. Megaeventos se espalham por todos os cantos do Brasil, mobilizando e criando expectativa em milhares de pessoas das mais variadas idades. Multidões se espremem em estádios e parques lotados para realizar um sonho: ver seu ídolo de perto.

O público brasileiro tem cativado cada vez mais os artistas, fazendo espetáculos marcantes- e criando interesse – tanto por parte das bandas quantos dos empresários – de se apresentar no Brasil. No ano passado a dimensão dessa febre tomou forma; Paul Mccartney, Guns and Roses, Metallica e U2 são alguns dos que executaram concertos considerados históricos por aqui.

Impulsionado pelo sucesso, demonstrado em números exorbitantes, o Rock in Rio está de volta ao Rio de Janeiro depois de 10 anos. Todos os  ingressos, que tinham preços que chegavam aos 1000 reais, foram vendidos em pouco  mais de um mês e espera-se cerca de 600 mil pessoas ao longo dos 7 dias de festival. O line-up garante a presença dos mais diversos públicos, se dividirão em dois palcos bandas que vão desde o rock elétrico dos Red Hot Chilli Peppers, passando pelo ícone Elton John e chegando até o pop industrializado da Rihanna.

Para nossa alegria as coisas não param por aí, em novembro teremos mais dois festivais de grande porte em São Paulo. O SWU (www.swu.com.br) realizará sua segunda edição em uma fazenda na cidade de Paulinia e o Planeta Terra (http://musica.terra.com.br/planetaterra) – que teve todos os ingressos vendidos em menos de 24 horas – ocorrerá pela sexta vez em um parque de diversões da capital paulista. Então amantes da boa música, tirem o tênis velho do armário e preparem para torrar as economias porque esse ano ainda promete muito o que falar.


TEMA DO ROCK IN RIO 2011

Douglas Bernardt


Thais Drummond

Quando recebi a tarefa de fazer o perfil do Douglas Bernardt, achei que seria fácil pelo fato de ser uma pessoa que conheço e com quem convivo todos os dias há mais ou menos seis meses. Mas, ao começar o texto, senti que não seria bem assim.

Douglas nasceu em Porto Alegre, em 2 de abril de 1994. Quando questionado sobre o momento de sua infância que mais o marcou, a resposta foi imediata: quando tinha 10 anos, seu cachorro, da raça beagle, com quem cresceu e era muito apegado, morreu.

Além disso, estudou em muitos colégios, mas concluiu o ensino médio no Colégio Leonardo da Vinci Alfa, e fez vestibular para Ciências Sociais na UFRGS e para Jornalismo na ESPM. Foi aprovado em ambas. Embora tenha começado o ano de 2011 matriculado nos dois cursos, optou pelo jornalismo principalmente por gostar muito de ler, escrever e de expressar opiniões. Muito interessado em assuntos novos, além de estudar, o futuro jornalista também estagia como Assessor de Imprensa, na Ospa.

Além das palavras, Douglas tem outra paixão: a música. É muito difícil vê-lo sem seu fone de ouvido. Gosta de rock e sua banda preferida é a Joy Division, pelo fato de se identificar com as músicas. Seu gosto pela música está marcado na pele. Ele tem tatuado no corpo um trecho de uma das músicas com a qual mais se identifica, e que o marcou em um momento muito importante. Por mais que a gente queira saber, a informação é só para íntimos.

Um apelido um tanto quanto excêntrico, dado pela nossa sempre querida professora Adriana Kurtz, descreve o jeito polêmico no qual expressa suas ideias: Polemista Calhorda. Ele tem uma personalidade marcante e, apesar de à primeira vista parecer uma pessoa muito fechada, gosta muito de expressar suas opiniões, como eu disse antes. Acredito que Douglas acertou na escolha da profissão que irá seguir, pois um jornalista precisa ter opinião forte, e isso sabemos muito bem que ele tem de sobra.

O cineasta de um filme só

Narrar uma vida é uma tarefa complicada. Saber por onde começar, quais fatos incluir, quais deixar de lado. Na primeira edição do Blog de Papel, cada um de nós terá que contar a história de alguém que já não está por aqui. Sua vida vai ser desenhada por amigos, familiares e documentos.

Salomão Scliar foi meu escolhido. Depois de percorrermos os cemitérios próximos a ESPM, fiquei interessado em contar algumas histórias. Salomão, contudo, chamou minha atenção em especial. Em sua lápide, descobri se tratar de um cineasta. Ainda, parente do grande escritor Moacyr Scliar. Cinema e literatura, não havia ponto de partida melhor.

Comecei a investigar sua história. Consegui contato com Wremyr Scliar, irmão de Moacyr. Ele me contou fatos surpreendentes. Salomão foi um grande fotógrafo e o cineasta de um filme só. "Não era fácil produzir cinema naquela época - os anos 1950, pois a estrutura era muito precária aqui no Sul, tudo muito caro", relata Wremyr. O pai de Salomão teria ajudado a financiar o filme. Foi seu pai, inclusive, que teria trazido a arte e a cultura para a vida da família. Salomão era irmão de Carlos Scliar, pintor reconhecido. Quando jovens, iam com a família para o sítio que tinham em Viamão, local em que aconteciam reuniões com amigos ilustres, como Jorge Amado e Zélia Gattai. Nesse ambiente, livros e ideias eram discutidos. Essa atmosfera deve ter sido responsável por muito do que Salomão fez em vida.

"Ele era um sujeito muito alegre, gostava de ir ao cinema, tinha ideais muito fortes", conta Wremyr, que teve a oportunidade de conviver com o primo, quando este voltou a morar em Porto Alegre. Isso porque muito jovem, Salomão foi embora para São Paulo. Trabalhou como fotógrafo fora do Rio Grande do Sul. Em 1951, porém, voltou e gravou o seu Vento Norte.

Detalhes dessas histórias é o que busco contar. A investigação continua. Seu filme e suas fotografias são a linha que conduzirá minha pesquisa. A partir do seu trabalho pretendo entender melhor o que se passou com esse homem cheio de convicções. Assim que tiver novidades, conto por aqui.

Quem tiver conhecimento sobre a vida e o trabalho de Salomão Scliar e quiser contribuir com minha pesquisa pode enviar email para: luizguilhermers@gmail.com

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More